Londres - Um estudo piloto da Imperial College London revelou que
infundir células-tronco no cérebro pode ajudar a melhorar a recuperação
após um acidente vascular cerebral. Os cientistas acreditam que as
células incentivam novos vasos sanguíneos a crescerem em áreas
danificadas do cérebro. Segundo os responsáveis pelo estudo, a maioria
dos pacientes foram capazes de caminhar e cuidar de si de forma
independente até o final dos testes, apesar de terem sofrido acidentes
vasculares cerebrais graves.
Embora outros tratamentos com
células-tronco têm se mostrado promissores como terapia acidente
vascular cerebral, este é o primeiro estudo no Reino Unido para
investigar o uso desse tipo de abordagem na primeira semana depois de um
acidente vascular cerebral.
Neste primeiro teste - destinado
principalmente a testar a segurança do estudo - os pesquisadores
colheram células-tronco da medula óssea de cinco pessoas que tinham tido
recentemente um acidente vascular cerebral.
Eles isolaram
determinados tipos de células-tronco - conhecidas como CD34 +. Estas têm
a capacidade de estimular o crescimento de novos vasos sanguíneos. Em
seguida, elas foram infundidas diretamente em áreas danificadas do
cérebro, através da principal artéria que fornece essa região.
Durante
seis meses os pacientes foram monitorados pelos pesquisadores, que
observaram a capacidade de realizar atividades diárias de forma
independente. Quatro dos cinco doentes sofreram acidentes vasculares
cerebrais graves, que resulta na perda da fala e paralisia de um lado do
corpo. Este tipo de acidente vascular cerebral geralmente tem uma alta
taxa de mortalidade e de invalidez.
Mas os pesquisadores apontaram
que três dos quatro pacientes foram capazes de caminhar e cuidar de si
de forma independente no final do período. E com um pouco de ajuda,
todos os cinco conseguiam se mover e podiam participar de tarefas
diárias. Os cientistas esperam que o contato rápido com os pacientes vá
aumentar as chances de sucesso.
- Esta é uma pesquisa que, apesar
de inicial, é encorajadora e emocionante. Agora precisamos olhar para um
grupo maior de pacientes e esperar, eventualmente, para desenvolver um
tratamento baseado nesta abordagem - afirmou a BBC Soma Banerjee, que
conduziu o estudo.
Já o estudioso Tim Chico, da Universidade de
Sheffield, que não estava envolvido no estudo, afirmou ser importante
compreender que esse é apenas o primeiro passo para um possível
tratamento de AVC que não prova que o tratamento com células-tronco
melhores a recuperação desses pacientes.
- Será necessário um
teste muito maior para comparar o tratamento com células tronco do
tratamento sem células-tronco - alertou e complementou que qualquer um
que tenha visto as consequências de um AVC vai incentivar a contínua
pesquisa de médicos e cientistas.
O Globo
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