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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Metade das crianças asmáticas brasileiras não consegue controlar a doença

Asma: 55% das crianças asmáticas convivem com fumantes no domicílio
Thinkstock/VEJA - Asma: 55% das crianças asmáticas convivem com
fumantes no domicílio  
De acordo com estudo brasileiro feito na PUC-RS, as crianças convivem com crises e sintomas da doença porque os pais se esquecem de dar a medicação
 
Metade das crianças em idade escolar com asma convive diariamente com crises e sintomas como tosse, chiado, falta de ar e aperto no peito. Elas dormem mal, não conseguem fazer atividades físicas e podem ter ansiedade e depressão. Dados preliminares do ProAsma, um estudo realizado pelo Centro de Infantil de Pesquisas Biomédicas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) com 2.500 crianças de 11 anos, mostram que o principal motivo desse descontrole da doença é que os pais se esquecem de dar a medicação aos filhos.
 
“Isso revela que as estratégias de combate à asma da saúde pública não estão sendo eficazes”, diz o pneumologista pediátrico Paulo Pitrez, líder do estudo. “Mais de 60% dos pais admitiram não dar o remédio às crianças por medo de usá-los, por não compreenderem que a asma é uma doença crônica ou porque não reconhecem a gravidade da doença do filho.”
 
Problema de saúde pública
De acordo com dados do Ministério da Saúde, apesar de ser tratável, a asma ainda mata sete brasileiros por dia. O objetivo do ProAsma foi analisar a incidência da doença nas crianças e seu impacto na qualidade de vida. Para isso, os pesquisadores analisaram a saúde de alunos de sete escolas públicas de Porto Alegre e constataram que 20% delas tinham a doença.
 
“Quase 10% delas são hospitalizadas anualmente, o que resulta em um enorme problema de saúde pública e produz elevados custos diretos e indiretos para a sociedade”, alerta Pitrez.
 
Na segunda etapa, 290 crianças asmáticas foram avaliadas e comparadas a 315 crianças saudáveis. Elas foram submetidas a questionários sobre o controle da doença, sedentarismo, qualidade de vida e responderam sobre mitos que cercam a doença. Passaram também por avaliações físicas e nutricionais, provas de função pulmonar e testes de alergia.
 
Os resultados revelaram que, entre os asmáticos, 60% tinham algum tipo de alergia, 30% eram obesos ou estavam acima do peso e 60% eram sedentários. O estudo também mostrou que 55% dos asmáticos convivem com fumantes em casa — ambiente que pode aumentar a quantidade de crises.
 
Falta de medicação
Além disso, quase 70% das crianças perderam dias escolares em decorrência dos frequentes ataques asmáticos e das consultas emergenciais ao médico. Entre os 50% que precisavam utilizar corticoides orais, apenas 30% faziam uso contínuo da medicação. Tipicamente, o tratamento da asma é feito com corticoides inalados e, em certos casos, broncodilatadores. 
 
“O controle da asma é essencial para a saúde da criança e também para seu bom desenvolvimento. Crianças com asma não controlada dormem mal, não conseguem se exercitar, perdem aulas e podem apresentar quadros de ansiedade, depressão e baixa autoestima”, explica Pitrez.
 
Para evitar essas consequências, os pais devem compreendam a gravidade da asma e ficar atentos aos sintomas da doença, além de ter o melhor conhecimento possível sobre ela. “O mais importante é que os pais entendam que a criança tem uma doença crônica e precisa de tratamento contínuo. Assim, é possível proporcionar qualidade de vida a ela, fazendo com que leve uma vida praticamente normal.”

Como evitar uma crise alérgica

Manter a casa arejada
Manter o ambiente arejado afasta a proliferação de ácaros e fungos e é importante principalmente nos quartos, pois é o local onde as pessoas dormem e normalmente passam um período de tempo maior. "Controlar a umidade é essencial para que nenhum dos dois agentes apareça e cause a alergia", diz o alergista e imunologista Fabio Castro, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).

Usar cortinas de algodão lavável
Poeira doméstica pode conter pelo de animais, esporos de fungos e outros alérgenos. Cortinas e persianas são alvos fáceis de depósito de pó. A dica é optar por materiais e modelos fáceis de lavar, como algodão e voal. Persianas devem ser lavadas uma vez por semana.

Livrar-se de objetos que acumulam poeira
Bichos de pelúcia e livros são exemplos usuais de objetos que acumulam poeira nos quartos. No caso dos bichos de pelúcia, há um agravante: ele é um lugar perfeito para os ácaros se proliferarem, já que acumula umidade e é difícil limpeza. "O melhor é, para quem tem alergia, guardá-los no armário, principalmente nas épocas mais frias do ano", diz Fabio Castro.

Limpar o chão com pano úmido
Usar vassouras para remover a sujeira faz com que o pó fique suspenso no ar, favorecendo as crises alérgicas. Prefira limpar o chão com pano úmido. Quando o piso é varrido, o ambiente fica com a poeira suspensa no ar durante uma a duas horas.

Utilizar água sanitária para limpar a casa
A proliferação de fungos pela casa, principalmente em forma do conhecido "mofo", pode ser evitado tanto pelo controle da umidade quanto pelo uso de água sanitária para limpar a casa, que ajuda a eliminá-los.

Lavar casacos e cobertores antes de usá-los
Após meses no armário, por causa da umidade e da falta de luminosidade, os ácaros podem se hospedar em cobertores e casacos, assim como os fungos. Por isso, e para não correr o risco de entrar em contato com os alérgenos, o ideal é lavar com água quente as roupas de frio e os cobertores antes de usá-los. Essa prática ajuda a eliminar os causadores da alergia.
 
Outra dica é, ao acordar, não arrumar a cama imediatamente, mas esperar que a umidade da roupa de cama seque. "Além disso, o ideal é expor, a cada 15 dias, colchões, travesseiros, edredons, bichos de pelúcia e almofadas ao sol", diz Ciro Kirchenchtejn, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.
 
Manter animais fora do quarto
O pelo dos animais domésticos é uma causa comum de alergia. Para os amantes dos bichos, é essencial deixá-los longe dos quartos — tanto na hora de dormir, quanto ao longo do dia.
 
Retirar tapetes dos quartos
Os tapetes são habitats para os ácaros e os fungos se proliferarem — sobretudo se a casa não está arejada suficientemente. Além disso, acumulam muita poeira e pelos de animais. A recomendação é evitá-los, no mínimo, nos quartos.
 
Limpar as narinas com soro fisiológico
Com a poluição e o ar seco, as narinas acumulam impurezas, podendo causar alguma irritação que desencadeia a alergia. O soro fisiológico ajuda a mucosa nasal a manter as vias respiratórias limpas. "É indicado lavar o nariz com soro duas vezes por dia, de manhã e à noite", indica Rogério Gastal Xavier, pneumologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
 
Evitar produtos com cheiros fortes
Utilizar produtos de limpeza ou aromatizadores para a casa com cheiros fortes pode causar irritação e inflamação da mucosa nasal em quem tem alergia respiratória. "Os alérgicos já têm uma sensibilidade a mais, por isso, os cheiros fortes podem irritar a narina", diz Gastal Xavier. Optar por odores mais suaves para limpar e aromatizar a casa é o ideal.

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