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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Antibiótico em pó melhora vida de pacientes com fibrose cística

João Godinho / O Tempo - Raí, 10, que teve dificuldade
 pra ganhar peso, se adaptou melhor ao remédio em pó
Vítimas têm falta de enzima no pâncreas que dificulta digestão e prejudica o pulmão
 
Conviver com a fibrose cística – doença grave, de origem genética, que acomete uma em cada 10 mil pessoas em Minas Gerais – não é fácil. Os pacientes gastam em média 40 minutos em cada nebulização feita com os antibióticos necessários para combater as infecções pulmonares bacterianas que podem levar a internações e até à morte antes dos 40 anos.  
 
Um novo antibiótico em pó criado para tratar as frequentes infecções nos brônquios causadas pela bactéria “pseudomonas aeruginosa” promete trazer mais qualidade de vida aos pacientes com dificuldade de manter o tratamento. De acordo com o pneumopediatra do Hospital Infantil João Paulo II, Alberto Andrade Vergara, o Zoteon Pó, nome comercial da tobramicina inalatória, vem apresentando vários benefícios.
 
“Uma das vantagens é a administração mais rápida. Enquanto a nebulização (que deve ser feita duas vezes ao dia) demora até 40 minutos, o remédio em pó dura alguns minuto. A segunda questão é a quantidade de antibiótico muito maior que chega aos pulmões, o que acaba sendo mais eficaz. Com isso, os pacientes tendem a aderir melhor, fazem o tratamento com mais regularidade. Os resultados são melhores, com menos internações, um melhor cuidado pulmonar e sinalizando um aumento de sobrevida”, diz.
 
O pneumopediatra explica que a doença possui três manifestações clínicas principais. “O suor de uma pessoa com fibrose fica dez vezes mais salgado. A falta de produção de uma enzima no pâncreas leva a dificuldade de digestão e ocorrem problemas pulmonares como a bronquite bacteriana”, afirma Vergara.
 
Nova droga
Para um casal em que marido e mulher têm o gene da doença, a cada gestação existe uma chance de 25% de a criança nascer com fibrose cística, como é o caso da técnica em enfermagem Sheila Alves Valenço, 35. O filho Victor Ryan Alves, 12, descobriu a doença aos 3 anos. “Ele já usou a enzima pancreática e antibióticos, mas chegou a ficar um ano internado com pneumonia de repetição. É uma criança que não tem uma rotina normal porque ele não aguenta correr muito, mas percebo que a eficácia do remédio em pó é melhor”, afirma a mãe.
 
A microempreendedora Maria Geralda da Silva, 40, conta que o filho Raí da Silva, 10, está usando o novo medicamento há três meses. “Foi maravilhoso, facilita demais a vida da criança. Eu acompanho, mas ele sabe fazer sozinho. A saúde melhorou muito, é bem mais cômodo, prático, menos cansativo e ele não tem nenhum efeito colateral”, diz Maria Geralda.
Reações
 
Efeito colateral
O remédio em pó pode provocar um pouco de tosse. “Não compromete a qualidade de vida do paciente. A nebulização traz mais transtorno e rouquidão”, avalia o pneumopediatra.
 
O Tempo

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