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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Derivados de plantas pode ser aliado ao combate contra a esquistossomose

Cientistas do Instituto de Física São Carlos, da USP, buscam produtos naturais que tenham atividades contra a doença
 
Cientistas do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC/USP) estão trabalhando em frentes alternativas de combate à esquistossomose, doença causada pelo Schistosoma mansoni, verme hematófago transmitido por caramujos Biomphalaria, que vivem nas águas de rios e todos os anos causam milhares de mortes no mundo.
 
No Brasil, o mal é conhecido popularmente como xistose, doença dos caramujos ou barriga d’água, entre outros nomes. É endêmico em 19 estados, atingindo de 6 milhões a 8 milhões de pessoas. No mundo, são mais de 200 milhões de infectados.


No Grupo de Cristalografia do IFSC, a pesquisadora Ana Carolina Mafud busca tanto produtos naturais que tenham atividades contra a doença quanto testa se fármacos já usados contra outros males podem ajudar no combate à esquistossomose.
 
“Em relação à bioprospecção, três candidatos já apresentaram resultados satisfatórios: jaborandi, louro e uchi-amarelo”, conta a cientista. “Minha missão é entender como esses candidatos a fármacos atuam no organismo e, a partir disso, encontrar outras moléculas que atuem de maneira similar.”
 
A epiisopiloturina, um derivado metabólico do jaborandi descoberto pelo professor José Roberto de Souza de Almeida Leite, da Universidade do Piauí (UFPI), foi testada contra a esquistossomose in vitro e in vivo, e os resultados, ainda não publicados, foram promissores, com apresentação de baixa toxicidade em células de mamíferos.
 
“Ela se tornou uma candidata forte ao combate à doença, pelos resultados in vivo realizados em roedores, que obtiveram melhores resultados que o praziquantel (criado na década de 1970 e desenvolvido para atuar na cura da esquistossomose), já que atacam também outras formas do verme, além da forma adulta”, diz Mafud.
 
“Esses resultados, em fase de publicação, foram excelentes, e o projeto foi aprovado pelo programa de pesquisa financiado pelo SUS, por meio da Fundação de Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi/CNPq), coordenado pelo professor José Roberto Leite, do Núcleo de Pesquisa em Biodiversidade e Biotecnologia (Biotec/UFPI), que nos autorizou o teste em modelos toxicológicos, permitindo avanços na obtenção do farmoquímico em escala piloto”, completa.

Paralelamente, testes para a administração da epiisopiloturina em comprimidos estão sendo realizados por Mafud, e a expetativa é de que a formulação esteja no mercado em poucos anos. Esse não é o único produto natural sendo testado.
 
Embora as pesquisas revelem que ele atua sobre a esquistossomose, é necessário que haja uma recomendação para o tratamento. “Isso está mais perto de se tornar realidade, já que a molécula é bem conhecida, tanto do ponto de vista de alvos e efeitos colaterais quanto da toxicidade”, afirma a especialista.
 
Correio Braziliense

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