Obesidade aumenta chance de desenvolver 15 tipos de câncer |
Emagrecer nunca é fácil, mas não impossível; no Dia Nacional de Combate à Obesidade, veja como combater a obesidade
É fato: o Brasil está engordando. Mais de 50% da população está em sobrepeso ou obesa, e o impacto desse ganho de peso reflete na saúde em geral, causando problemas que poderiam ser evitáveis. Entre eles estão os eventos cardiovasculares, como infarto e AVC, bem como diabetes e câncer. Sabe-se hoje que o excesso de gordura corporal está ligado ao aparecimento de 15 tipos de câncer em diferentes partes do corpo. Mas como se prevenir?
O ideal, segundo o endocrinologista Bruno Zilberstein, do Hospital Samaritano, é que a prevenção comece ainda na infância, porque é nessa fase que se formam as células que armazenam gorduras.
“Essas células já formadas não desaparecem nunca, apenas ‘murcham’ quando a pessoa emagrece”, explica. Logo, uma criança magra tem menos propensão a virar um adulto obeso.
O sedentarismo também contribuiu para o aumento do peso do brasileiro. “Cada vez mais se vê pessoas sentadas o dia todo dentro de escritórios, com controle remotos, telefones sem fio, celulares, tudo o que diminui a capacidade de fazer atividade física, seja da mais simples às mais complexas”, explica o endocrinologista Bruno Halpern, coordenador do Centro de Controle de Peso do Hospital 9 de Julho.
Além disso, cita Halpern, há outras coisas que podem estar envolvidas, mas não há evidências concretas ainda. “Sugere-se que a flora bacteriana intestinal é diferente em indivíduos magros e obesos, o que poderia propiciar o ganho de peso”, conta. Além disso, o médico explica que o excesso de luz noturna pode prejudicar e fazer com que a pessoa engorde. “Quem trabalha à noite ganha mais peso”.
Ele também comenta sobre a poluição e os disruptores endócrinos – elementos presentes nos plásticos, que soltam substâncias que podem levar ao ganho de peso. Por fim, há o estresse da vida moderna. Dormir mal faz com que a pessoa sinta mais fome, elevando o número diário de calorias ingeridas.
Para quem está com o IMC indicando obesidade, veja as alternativas existentes que ajudam a reduzir a gordura corporal:
Cirurgia bariátrica: é indicada para pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 e, no caso de quem tenha alguma doença associada à obesidade, IMC acima de 35, explica o endocrinologista do Hospital 9 de Julho.
“Pode ser artrose, dor no joelho, apneia do sono, glicemia em jejum alterada, colesterol, mas que tenha tentado tratamento clínico por dois anos”, detalha ele. A cirurgia, como explica Zilberstein, do Hospital Samaritano, reduz o tubo digestivo, fazendo com que a pessoa coma menos.
Balão intragástrico: é indicado como coadjuvante de um tratamento para perda de peso. “Em vez de operar o paciente, você coloca o balão no estômago por endoscopia, porque ele ocupa o estômago traz satisfação rápida com pouca comida”, explica o endocrinologista do Hospital Samaritano. O balão pode permanecer no estômago durante seis meses, depois é retirado por endoscopia também, em uma forma sempre não invasiva. É necessário saber, no entanto, que a saciedade vai embora assim que o balão é retirado. Portanto, é preciso ter uma boa reeducação alimentar nesse período, e, se o problema for compulsão alimentar, um acompanhamento psicológico para esse controle.
Inibidores de apetite: liberados novamente para prescrições, esses medicamentos são receitados pelos endocrinologistas, que avaliam cada caso individualmente. Basicamente eles cortam bastante o apetite que a pessoa sentia antes e, comendo menos, a perda de peso virá. É importante associar com uma boa dieta e exercícios físicos, sempre sob orientação médica.
Hipnose: há cirurgias de inserção de balão intragástrico imaginários, mas apenas cerca de 10% da população é suscetível à hipnose. “Pode ser usado no lugar dos medicamentos, para pacientes sensíveis que podem ser submetidos à hipnose, mas são os psiquiatras que vão fazer isso”, explica Zilberstein.
A hipnose faz com que o cérebro acredite, mesmo que a pessoa tenha consciência de que não é real, que há um balão no estômago, levando a pessoa a comer menos. Há técnicas hipnóticas também que ajudam a controlar a compulsão alimentar.
Dieta: a dieta ideal é aquela que o paciente consegue seguir. Um nutricionista ou nutrólogo pode adaptar um plano alimentar para cada caso, que varia de acordo com o IMC corporal, bem como a quantidade de gordura corporal.
“O mundo está engordando principalmente por causa da comida pré-digerida”, explica o Zilberstein. Ele conta que hoje as coisas já vem prontas, há poucos alimentos crus. “O organismo humano foi feito para comer alimentos crus, não cozidos, então a absorção é muito grande”, diz. Ele ressalta que, com a vida moderna, a falta de tempo para preparar alimentos em casa leva as pessoas aos fast foods, que tem como base o carboidrato e gordura. “Eles são os grandes vilões. Antes comia-se 30% de gordura, hoje já representa 80%”, alerta.
Exercícios físicos: é recomendado para todos que precisam perder peso, mas cada pessoa pode ser de uma forma. “Tem que ser gradual, porque um obeso pode se machucar fazendo exercícios mais intensos. Recomenda-se exercícios em piscina, como a hidroginástica”, diz o médico do Hospital Samaritano.
O exercício físico é comprovadamente uma das melhores coisas para se ter uma vida longa e saudável. Com potencial de reduzir o estresse, ele pode reduzir o mau colesterol, melhorar depressão, queimar calorias e trazer bem-estar.
Corpo vitaminado: algumas vitaminas podem contribuir para a perda de peso. É necessário saber, no entanto, que ingerir vitaminas em excesso não faz ninguém emagrecer, mas a falta delas no organismo pode fazer com que a pessoa engorde. A nutróloga Alice Amaral, especialista em nutrologia e medicina do exercício e esporte, explica que as vitaminas D, B12, o cromo, magnésio e zinco devem estar presente na dieta, para o bom funcionamento do organismo.
A vitamina D ajuda a acelerar o metabolismo, ao passo que a B12 é fundamental na produção do sangue, e, com isso, o organismo consome mais oxigênio que ajuda a queimar gorduras durante a atividade física.
Por sua vez, o cromo ajuda a diminuir a compulsão por doces e carboidratos, assim como o zinco, que ajuda a controlar o apetite. O magnésio não pode faltar também em uma dieta balanceada porque a ausência dele causa fadiga, deixando a pessoa com indisposição para praticar exercícios físicos.
iG
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