Arquivo Agência Brasil: Teste de batida lateral indica que a melhor posição para a cadeirinha é o centro do banco traseiro do carro |
Foram avaliadas dez cadeirinhas com capacidade de até 18 quilos. Mesmo com o resultado ruim, a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, ressalta que as cadeirinhas são indispensáveis para a condução das crianças.
As cadeirinhas avaliadas foram as seguintes: Burigotto Touring SE3030, Lenox Casulo e Galzerano Coccon, que carregam crianças de até 13 quilos; Bebe Confort Axiss, Baby Style Cadeira 7000, Chicco Xpace e Galzerano Orion Master, que levam crianças de nove a 18 quilos, e Chico Eletta, Nania Cosmo SP Ferrari e Baby Style 333, que podem transportar crianças de até 18 quilos.
O teste foi feito nos Estados Unidos pelo Programa de Avaliação de Carros Novos - Global NCAP e ICRT (International Research & Testing), entidade parceira da Proteste, com a colaboração da Fundação Gonzalo Rodríguez (Uruguai). A avaliação simulou uma batida frontal a 64 quilômetros por hora (km/h) e uma batida lateral a 24 km/h.
O resultado máximo possível para cada produto seria cinco estrelas, mas os produtos avaliados chegaram no máximo a três estrelas. “Estamos em uma situação longe da ideal, e isso se torna mais grave por causa da violência do nosso trânsito”, avalia a coordenadora.
O pior resultado foi no teste de impacto lateral, que não é usado na avaliação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para certificação das cadeirinhas, a autorização para venda no mercado brasileiro.
Apenas a Bebe Confort Axiss teve resultado positivo. A Nania Cosmo SP Ferrari conseguiu resultado aceitável, e as restantes resultado fraco ou ruim. Nos modelos Burigotto Touring SE 3030 e Lenox Casulo, houve forte contato da cabeça do boneco usado no teste com a lateral da porta. Para evitar maiores danos ao bebê ou à criança, a recomendação é que se coloque a cadeirinha no centro do banco traseiro, caso o carro tenha cinto de três pontas nesta posição.
No teste de batida frontal, houve grande deslocamento do boneco nos modelos Baby Style Cadeira 7000, Chicco Xpace e Galzerano Orion Master. Neste último, a parte traseira se rompeu perto do cinto de segurança da cadeirinha. Na Baby Style 333, a presilha lateral soltou, jogando o manequim bruscamente para os lados. Ocorreu muito movimento também com Chico Eletta e Nania Cosmo SP Ferrari.
Neste teste, apenas três produtos, Burigotto Touring SE3030, Lenox Casulo e Galzerano Coccon receberam conceito bom e muito bom.
Dados da Polícia Rodoviária Federal mostram que o número de mortes de crianças menores de 10 anos no trânsito caiu 23% em 2012, como reflexo da Lei da Cadeirinha. A lei passou a exigir o uso de equipamento de segurança certificado pelo Inmetro para o transporte de crianças de até 7 anos, sempre no banco de trás.
Considerando todos os testes, apenas as marcas Nania Cosmo SP Ferrari e Bebe Confort Axiss conseguiram três estrelas, de cinco. A Gazzerano Coccon, a Baby Style Cadeira 7000 e a Chicco Xpace tiveram duas estrelas e as outras, uma.
Segundo Maria Inês, a Proteste enviou o resultado da avaliação para o Inmetro, na tentativa de que o ensaio de impacto lateral seja exigido dos fabricantes para a autorização da venda das cadeirinhas.
Nos Estados Unidos, o teste é obrigatório e na Europa começará a ser exigido em 2015. Segundo a coordenadora, as cadeirinhas vendidas no Brasil têm apresentado desempenho inferior ao das vendidas na Europa e nos Estados Unidos.
Procuradas para falar sobre a avaliação, a fabricante da Baby Style, da Galzerano e da Bebe Confort disseram que não comentariam os testes, porque consideram que eles não estão de acordo com as exigências brasileiras.
A Burigotto ressalta que todas as cadeiras para automóveis de seu portfólio de produtos atendem às exigências do Inmetro e da norma brasileira ABNT NBR 14400, e garante a segurança dos produtos.
A Lenox pediu à Proteste mais detalhes da avaliação para se posicionar com maior embasamento. Até a publicação desta matéria, a Agência Brasil não conseguiu contato com os dirigentes das empresas Chicco e a Nania.
Agência Brasil
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