Londres, 26 nov (EFE).- Um estudo sobre a porcentagem de sobrevivência das pessoas com relação ao câncer, realizado em 67 países, mostra que a situação melhorou na maioria dos países desenvolvidos, mas é mais difícil nos de menor desenvolvimento
A análise, denominada "Concord-2" e publicada nesta quarta-feira na revista médica britânica "The Lancet", pesquisou a sobrevivência com relação ao câncer de mais de 25 milhões de pacientes entre 1995 e 2009 e observou, além disso, que os de fígado e pulmão são os de piores previsões. A pesquisa, a cargo da especialista Claudia Allemani, professora da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, se centrou em avaliar a sobrevivência entre os adultos de entre 25 e 99 anos e entre os menores de 14 anos de idade.
Os cânceres estudados foram de estômago, cólon, reto, fígado, pulmão, mama, colo do útero, ovário e próstata, assim como a leucemia entre adultos e crianças, segundo o estudo no qual participaram 500 especialistas e segue outra avaliação feita em 2008. As diferenças observadas nos países, acrescenta, é "provavelmente atribuível à desigualdade no acesso a um diagnóstico precoce e tratamentos ótimos".
Os pesquisadores constataram uma sobrevivência de cinco anos após o diagnóstico nos casos de câncer de cólon, reto e mama na maioria dos países desenvolvidos. Os cânceres de pulmão e de fígado seguem sendo "letais" no mundo todo, diz o estudo, que afirma que no caso do primeiro, a sobrevivência de cinco anos após o diagnóstico está abaixo de 20% em toda Europa e na América do Norte a porcentagem se situa entre 15% e 19%. Já na Mongólia e Tailândia, a taxa é de 7% e 9%, respectivamente.
Apesar destes dados desalentadores, a pesquisa observou uma melhora importante na sobrevivência, em todos os países, de casos de câncer de próstata, mas principalmente em nações da América do Sul, Ásia e Europa, apesar de haver variações entre países. No caso da sobrevivência de cinco anos ao câncer do colo do útero, as diferenças entre os países é muito importante, com variações que vão desde menos de 50% a 70%.
Segundo "The Lancet", para as mulheres que foram diagnostricadas com câncer de ovário entre 2005 e 2009, a sobrevivência foi de 40% no Equador, EUA e 17 países na Ásia e Europa, já no caso do câncer de estômago a sobrevivência foi de entre 54% e 58% entre 2005 e 2009 no Japão e Coreia do Sul, comparado com menos de 40% em outros países.
No caso da leucemia entre os adultos, a sobrevivência de cinco anos no Japão e Coreia do Sul foi de entre 18% e 23%, porcentagem mais baixa que na maioria dos outros países. Quanto à leucemia linfoblástica aguda entre as crianças, a sobrevivência é de menos de 60% em vários países, mas chega a 90% no Canadá e quatro países europeus (Áustria, Bélgica, Alemanha e Noruega), o que faz pensar que há grandes diferenças no atendimento desta doença.
A sobrevivência de câncer de pulmão melhorou em países como Israel, onde passou de 17% a 24%, e Japão, de 23% a 30%, mas não é muito boa em outros países europeus, onde chega a 10%. "The Lancet" afirma que a contínua vigilância da sobrevivência do câncer deveria ser uma fonte indispensável de informação para os pacientes e pesquisadores e um estímulo para que os políticos melhorem as medidas na área de saúde.
EFE / R7
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