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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Deficiência de iodo na gravidez pode reduzir o QI dos filhos na infância

vitamina c - Foto Getty ImagesEstudo conclui que talvez seja necessária suplementação do mineral durante a gestação
 
Durante a gravidez, diversos nutrientes são mais do que necessários. E parece que o iodo é um deles. Independente da associação com o hipotireoidismo (afinal mulheres com esse problema não controlado podem ter crianças com deficiência cognitiva), só uma carência desse mineral no sangue já pode estar relacionado com uma queda no QI das crianças. Pelo menos é o que aponta um estudo que será publicado na edição de junho do jornal britânico The Lancet.
 
Os pesquisadores analisaram o banco de dados Avon Longitudinal Study of Parents and Children (ALSPAC), verificando as amostras de exame de urina de 1.040 mulheres no primeiro trimestre de gestação. Elas foram classificadas pela quantidade de iodo no líquido, as que tinham mais ou menos de 150 mcg por grama.

Depois, foi medido o quociente de inteligência (QI) de suas crianças com a idade de 8 anos, e suas habilidades de leitura aos 9 anos. Ao cruzar os resultados e fazer os ajustes de acordo com o tipo de educação e outros fatores, os cientistas perceberam que os filhos de mulheres com menor quantidade desse mineral tiveram menores resultados tanto no teste de QI verbal e habilidades de leitura. Ao subdividir esse grupo com menor quantidade de iodo, os filhos de mulheres com menos de 50mcg/g de iodo na urina tinham resultados ainda piores.

De acordo com os pesquisadores, é preciso que se observe mais a deficiência de iodo durante a gravidez e talvez até suplementar mais esse mineral durante a gestação. Vale também para a gestante buscar fontes naturais do nutriente, como itens marinhos tais quais algas, peixes e frutos do mar, e alimentos de origem animal (mesmo que em menos quantidade), como carne vermelha, ovos e leite.

Alimentação enriquecida
Outros nutrientes também são importantes durante esse período para garantir a saúde da mãe e do bebê. Para não perder nada de importante, confira quais são eles e reforce o prato nesse período. 
 
Vitamina A
Segundo a nutricionista Simone Freire, a vitamina A tem funções específicas na resposta imunológica e é essencial para a visão. Recomenda-se a ingestão de 770ug por dia, o que não é muito diferente da recomendação para mulheres não grávidas (700ug/dia), já que existem pesquisas apontando que essa vitamina pode ser tóxica ou causar danos ao feto quando ingerida em grandes quantidades nos primeiros meses de gestação.

Existem duas principais fontes alimentares dessa vitamina. A primeira é indireta e de origem vegetal, incluindo alimentos alaranjados, como cenoura, mamão, manga, abóbora e qualquer outro que contenha betacaroteno (precursor da vitamina A). A segunda fonte é de origem animal e está na sua forma ativa, podendo ser encontrada nos ovos e nas carnes, principalmente no fígado. 
 
Vitamina C
A gestante deve consumir cerca de 85mg por dia desse nutriente, pois, segundo a nutricionista Simone Freire, ele participa da formação do colágeno e auxilia na formação dos ossos, juntamente com outros minerais e vitaminas. "Essa recomendação é fácil de ser atingida, visto que os alimentos ricos em vitamina C são facilmente encontrados no Brasil", diz. A gestante deve ingerir frutas como acerola, goiaba, laranja, abacaxi, kiwi e caju. 
 
Ácido Fólico
A recomendação de consumo desse nutriente para as gestantes é de 600ug por dia, porém este valor não é atingido somente com a alimentação. A nutricionista Simone explica que uma dieta com 2.200kcal é capaz de atingir somente 250ug de ácido fólico, aproximadamente. "Uma das grandes funções dessa vitamina é construir o tubo neural do bebê", afirma.

Como a formação dessa estrutura se completa até o 28º dia da gestação, o ideal é que a gestante comece a tomar uma suplementação de ácido fólico um mês antes da gestação, aconselha Simone. Além da suplementação, é importante comer alimentos ricos em ácido fólico, que são folhas verdes escuras, feijões, frutas cítricas, fígado e leite. 
 
Cálcio
Muito importante para a formação óssea do bebê, além de auxiliar no ajuste da pressão arterial da gestante, prevenindo a hipertensão gestacional ou pré-eclampsia. Os alimentos ricos em cálcio são: leite e derivados - como iogurtes e queijos - e vegetais folhosos verdes escuros, esses últimos, porém, com menor aproveitamento do nutriente. "Existem opções de extratos de soja com sabor e enriquecidos com cálcio para as pessoas com intolerância à lactose ou alergia a proteínas do leite", lembra Simone. A recomendação é de 1000mg/dia. 
 
Vitamina D
"Essa vitamina equilibra o cálcio durante a gravidez, passa pela placenta e se apresenta no sangue fetal na mesma concentração do que na circulação materna", aponta Simone. A vitamina D pode ser adquirida com auxílio dos raios solares - lembrando que os melhores horários para tomar sol são antes das 10h e após às 16h -, além da ingestão de alimentos como ovos, carnes e leites. A recomendação é de mais 10ug/dia. 
 
Ferro
A partir do 2º trimestre de gestação, a futura mãe adquire mais massa celular, principalmente de glóbulos vermelhos, e o feto começa a criar a sua reserva de ferro. Por conta disso, é de extrema importância que a gestante absorva quantidade suficiente para suprir ambas as demandas.

O valor diário recomendado é de cerca de 27mg, alcançado apenas com suplementação. "Uma alimentação normal chega a atingir de 6 a 7mg/dia por 1000kcal. Para atingir as quantidade adequadas de ferro sem suplementação, seria necessário consumir 5000kcal por dia, o que é inviável", diz Simone. Porém, mesmo que a gestante tome suplementos férreos, é importante ter uma alimentação rica nesse nutriente.

Entre as fontes de ferro heme - melhor absorvido pelo organismo -, estão carnes e vísceras. Já as fontes de ferro não heme - com menor aproveitamento - são os feijões, legumes, vegetais de folha escura e ovos. "A vitamina C auxilia na absorção do ferro não heme e, por isso, é importante que os dois nutrientes estejam juntos na mesma refeição", conta Simone.
 
Fósforo, potássio e magnésio
Segundo a nutricionista Amanda Epifânio, a ingestão adequada desses nutrientes está associada, juntamente com o cálcio, à prevenção de hipertensão gestacional ou pré-eclampsia. Para conseguir as quantidades adequadas, a gestante deve ter uma dieta diária com três a quatro porções de frutas variadas (fontes de potássio); três porções de cereais integrais - principalmente pães e arroz - (fontes de magnésio); e três porções de laticínios magros (fontes de cálcio e fósforo). 
 
Vitamina B6
A ingestão de vitamina B6 - 1,9mg/dia - é importante para a gestante no sentido de auxiliar a formação de novos tecidos e a fabricação da niacina, outra vitamina do complexo B, essencial para o corpo funcionar melhor e com mais energia. "Existem trabalhos apontando que a deficiência dessa vitamina pode contribuir com quadros de depressão durante a gravidez", conta Simone. A vitamina B6 pode ser encontrada em carnes, peixes, aves e fígado. 
 
Zinco
De acordo com Simone, "o zinco é extremamente importante para auxiliar o crescimento celular, tanto da gestante como do feto". A recomendação é de 11mg/dia e esses valores também só são atingidos com suplementação. É indicado, inclusive, que a suplementação de zinco seja feita junto com a de ferro. Os alimentos ricos em zinco são ostras, frutos do mar, peixes, fígado, peru e carnes. 
 
Proteínas
A nutricionista Simone Freire explica que a ingestão adequada de proteínas tem relação direta com a velocidade de formação dos tecidos da gestante e do bebê. O valor recomendado para grávidas é de 71g por dia, sendo que metade desse valor deve provir de carnes, aves e ovos e a outra metade, de alimentos de origem vegetal, como os feijões e derivados. 
 
Carboidratos
A necessidade de carboidratos aumenta porque o metabolismo da gestante está mais acelerado e, por conta disso, precisa de mais energia. A indicação é de 175g de carboidratos por dia. Arroz, batata, massas em geral, mandioca, pães, bolachas, aveia e granola são excelentes fontes desse elemento.
 
Minha Vida

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