Cidade de São Paulo registrou 2.708 casos de dengue nas seis primeiras semanas do ano; zona norte foi a mais afetada
A cidade de São Paulo registrou 2.708 casos de dengue nas seis primeiras semanas do ano, número quase duas vezes superior ao que foi registrado no mesmo período do ano passado, quando ocorreram 1.440 casos. Em casos autóctones (quando a doença é contraída no município), a cidade registrou 563 casos, valor quase duas vezes e meia maior do que o registrado no ano passado (214 casos).
Ainda não houve confirmação de óbitos, mas a morte de uma mulher no dia 28 de janeiro está sendo investigada. O balanço foi apresentado na tarde desta quinta-feira (26), na sede da prefeitura paulistana, pelo secretário-adjunto de Saúde, Paulo Puccini.
“Como era esperado, a ocorrência de dengue está mais intensa do que no ano passado”, disse o secretário, em entrevista coletiva. “As piores semanas ainda estão por vir. No ano passado, o pico foi na décima sexta semana. E esta é uma tradição no município de São Paulo. Mas este ano pode haver uma antecipação”.
A razão disso, segundo Puccini, é dupla: uma climática, pelo calor muito intenso, que favorece e intensifica a reprodução do mosquito; a outra, é a falta de água, pois há o armazenamento inadequado, sem tampar adequadamente o recipiente “, disse o secretário.
A maior incidência da doença ocorre na zona norte da capital, principalmente na região do Jaraguá (com 92 casos registrados), seguindo-se Brasilândia (82 casos) e Limão (40 casos). O fato de a doença ter sido maior na zona norte, pode ter sido provocado, segundo o secretário, pela falta de água. “Há uma coincidência [o fato de esta ser uma das regiões que mais tem sofrido com falta de água no município]. Por isso essa é uma hipótese, de que isso [a falta de água] possa ter contribuído de forma significativa”, disse ele, acrescentando que o fato está sendo estudado pela prefeitura.
“Temos um estudo de campo, que devemos apresentar nos próximos dias, identificando e mapeando os lugares em que está ocorrendo a maior reprodução do mosquito. Em geral, são intradomiciliares, dentro das casas, com presença de reservatórios de água com larvas”, segundo o secretário.
Para combater a dengue, disse Puccini, a prefeitura tem feito ações de nebulização e prevenção. No entanto, ressaltou, é preciso que a população contribua, já que a maioria dos criadouros do mosquito estão dentro de casa. “Armazenar água é um direito da população diante de um sofrimento que é a falta de água. Mas, seja qual for o recipiente em que for fazer isso, proteja-o, telando [colocando tela] ou tampando-o adequadamente”.
Caso sejam identificadas larvas dentro destes recipientes, disse o secretário-adjunto, é importante tirar toda a água e também lavá-lo pois “às vezes os ovos ficam colados nas paredes dos recipientes”. A prefeitura também pode ser notificada por meio do telefone 156.
A estimativa da secretaria é de que, até o final deste ano, o município registre 90 mil casos de dengue, número bastante superior ao registrado no ano passado, com 28.995 casos. “É muita dengue. É uma taxa de incidência elevada, mas não será, certamente, das maiores do país e nem do estado de São Paulo”, acrescentou o secretário.
Quanto ao vírus chikungunya, Puccini informou que nenhum caso autóctone da doença foi registrado em São Paulo, mas apenas quatro importados, de países da América Latina. “Preocupa muito a possibilidade de ocorrência de chikungunya. É o mesmo mosquito que está circulando e falta ele picar uma pessoa com chikungunya para se habilitar a transmitir a doença. Esta é uma doença mais dolorida para a pessoa e que pode se prolongar por seis meses ou mais. A gravidade é muito semelhante à da dengue, mas ela tem essa particularidade, que é uma dor prolongada, com grande sofrimento para o doente”.
Agência Brasil
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