Embora o comportamento do consumidor tenha mudado nos últimos anos e a busca por uma medicação mais personalizada tenha crescido, aumentar o faturamento não é tarefa das mais fáceis
No total, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), são 68 mil farmácias no país, 12 mil delas integrantes de redes que respondem por 55% do mercado; os outros 45% abrigam cerca de 56 mil farmácias pulverizadas, mais de 10% no segmento de manipulação.
Embora o comportamento do consumidor tenha mudado nos últimos anos e a busca por uma medicação mais personalizada tenha crescido, aumentar o faturamento não é tarefa das mais fáceis. Muitas vezes, o empurrãozinho vem do próprio momento pelo qual o país atravessa. “De janeiro a março tivemos um aumento de 20% na venda de medicamentos para ansiedade”, revela Roger Marcondes, dona da Phitofarma. “Era melhor que este aumento viesse de produtos para cuidados com a pele e os cabelos, mas na saúde é assim, quanto mais o país piora, mais doente as pessoas ficam.”
As estratégias para melhorar o desempenho, contudo, nascem de uma gestão mais qualificada e de um novo olhar sobre o negócio farmácia de manipulação – menos artesanal e mais profissional. “As necessidades da população vem mudando, como a adoção de medicamentos de uso contínuo por períodos mais longos, por conta do envelhecimento e busca de qualidade de vida e mais informações por parte do consumidor. Em decorrência do novo panorama, as farmácias têm de ser rápidas para enxergar e entender esses movimentos de mercado”, afirma Marcelo Sinelli, consultor do Sebrae-SP. “Cada vez mais é essencial conhecer o cliente de perto e segmentar suas ações de marketing.”
Neste novo cenário, o que antes era rotina apenas para os grandes laboratórios, agora virou instrumento também das farmácias de manipulação, em busca de fidelização da clientela e expansão da área de atuação. A Farmácia Artesanal, de Goiânia, por exemplo, conta com cerca de 30 produtos manipulados de marca própria em linha e uma equipe de 12 representantes, que visitam mais de 1.500 médicos por mês. A Phitofarma conta na carteira com 70 empresas conveniadas, entre elas, a TAM, que contribuem para garantir o movimento, além de equipes regionais que visitam com frequência hospitais, clínicas e consultórios. “Os médicos precisam conhecer nossa marca e nossos produtos”, afirma Marcondes, salientando que a rede de 41 lojas, realiza uma média de 14 mil visitas por ano a prospects.
Pela visão dos médicos, a aproximação com as farmácias de manipulação tem auxiliado no melhor entendimento das demandas e na troca de informações entre o que o médico espera de resposta no tratamento e como o paciente responde. “Cada pessoa é única, revela um comportamento diferenciado em relação à medicação”, afirma o Dr. João Eduardo Salles, endocrinologista e professor assistente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo. “A manipulação nos permite ajustar as dosagens, sem desperdício de material e de dinheiro.”
Com 25 anos de mercado e duas unidades em Campinas, a Fórmula & Cia foi a primeira empresa do setor na região a contar com troca total do ar de seu laboratório a cada seis minutos. De lá saem cerca de 5.500 fórmulas por mês.
Para fidelizar a clientela e garantir maior integração com a comunidade onde está inserida, a farmácia foi a primeira do município a implementar um Plano de Gerenciamento de Resíduos e Serviços de Saúde, que permite o descarte em recipientes específicos de todos os resíduos e análises.
Paralelamente, lançou a campanha “Remédio Vencido não vai para o Lixo”, que incentiva a comunidade a descartar seus medicamentos de forma correta.
“De 2007 para cá foram recolhidos 2.600 quilos, cada tonelada de medicamento incinerado significa 1 kg de medicamento vencido não contaminando os mananciais”, afirma Marcos Ebert.
Valor Econômico
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