Com o uso totalmente adequado, é maior que 99%. Na vida real, em que acontecem falhas no uso, como esquecimentos na hora de tomar, a eficácia fica entre 94% e 96%.
2 – Qual é a composição?
O anticoncepcional oral combinado, tipo mais usado, é composto por um estrógeno sintético e um progestagênico (derivado de progesterona). Nas pílulas disponíveis no Brasil, o estrogênio é sempre o mesmo (etinilestradiol) - o que muda são os progestagênicos e a dosagem de cada uma das substâncias.
3 – Qual é o método de funcionamento?
A pílula impede as oscilações hormonais que levam à ovulação, altera o muco do colo do útero, dificultando a passagem dos espermatozoides, e deixa o endométrio (revestimento interno do útero) inadequado para a implantação do óvulo.
4 – Tem sempre que tomar no mesmo horário? Por quê?
O ideal é tomar sempre em horários próximos, mas eles não precisam ser rigorosamente iguais. Isso ajuda a evitar as flutuações hormonais necessárias para que ocorra a ovulação. Além disso, diminui o risco de esquecimento.
5 – Por que tem que fazer uma pausa?
A pausa interrompe o bloqueio hormonal e permite que o revestimento uterino “desmonte” e sangre, mimetizando o que ocorre no ciclo normal da mulher. As pílulas permitem que a mulher continue menstruando a cada mês.
6 – O que é minipílula? É a pílula sem estrógeno, apenas com derivados de progesterona. Costuma ser indicada no período de amamentação, já que o estrógeno interfere na lactação.
7 – O que são pílulas de regime contínuo?
O uso da pílula pode ser estendido por meses, sem a interrupção habitual. Nesse período, a menstruação será suspensa. Para isso, a escolha deve ser por pílulas com doses sempre iguais. Há pílulas em que as doses variam de um comprimido para outro e, se não for feita a pausa indicada, a sequência é prejudicada e a estabilidade hormonal fica comprometida.
8 – Quem não pode tomar?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, as contraindicações para uso da pílula combinada são hipertensão grave ou associada a doenças cardiovasculares, trombose venosa profunda, embolia pulmonar, derrame, doença cardíaca, diabetes de longa duração, insuficiência hepática, tumores, ter mais de 35 anos e fumar 15 ou mais cigarros por dia, ter mais de 35 anos e apresentar diabetes e hipertensão, ter sangramento vaginal de causa desconhecida, estar nas primeiras seis semanas de amamentação ou ser portadora de doença autoimune que não permita o uso de hormônios.
9 – Traz efeitos colaterais e riscos?
Os riscos mais importantes são infarto, derrame e tromboembolismo venoso, mas, na ausência de condições de saúde que desaconselhem o uso, o risco é pequeno. Os efeitos colaterais possíveis são: retenção hídrica, dor de cabeça e nos seios, náusea, sangramento irregular e alteração de humor. Esses problemas tendem a melhorar após três meses de uso.
10 – Pode favorecer o câncer ?
Há muita discussão sobre a associação entre uso da pílula e aumento do risco do câncer de mama, e os trabalhos ainda são inconclusivos. A hipótese mais aceita hoje é que a pílula pode favorecer o câncer de mama em mulheres com predisposição genética para a doença. No caso do câncer do colo de útero, não há evidência de que o anticoncepcional favoreça o desenvolvimento do HPV (papiloma vírus) e de tumores. A pílula pode também ter efeito protetor contra câncer de endométrio e de ovário.
11 – Diminui a cólica?
Sim. A pílula diminui a produção de prostaglandinas, substâncias que causam as contrações uterinas que levam à dor. Ela também diminui a produção de prostaciclina, que induz a vasodilatação, favorecendo o fluxo sanguíneo. Por isso, pode diminuir o fluxo menstrual.
12 – Melhora acne?
Depende do tipo de progesterona usada na pílula. As que têm ação anti- androgênica melhoram os quadros de acne e oleosidade excessiva da pele e do couro cabeludo.
13 – Engorda?
Em geral, não. Estudos mostram que isso pode acontecer com mulheres mais sensíveis aos hormônios, mas elas são minoria. Em algumas pacientes, pode aumentar a retenção hídrica, mas há alguns tipos de progesterona com leve ação diurética, que podem ser usadas nesses casos.
14 – Pode ser indicada para outras funções que não a contracepção?
As pílulas podem ajudar no tratamento de endometriose, cólicas menstruais, TPM e ovários policísticos.
15 – Como funcionam as injeções?
As injeções de estrógeno e progesterona são aplicadas uma vez por mês e as que têm apenas progesterona, a cada três meses. As dosagens de hormônios são maiores do que as do anticoncepcional oral. Apresentam vantagens de ordem prática, já que dispensam o uso diário, e são indicadas para quem tem desconforto gástrico. O uso contínuo da injeção trimestral pode suspender a menstruação, mas provocar pequenos sangramentos de escape. Em algumas mulheres, pode desencadear sintomas depressivos.
16 – E os implantes?
Têm apenas progesterona. Os implantes subcutâne os são bastonetes de cerca de 4 cm que são implantados sob a pele e liberam a substância aos poucos. Normalmente, são trocados uma vez por ano. O implante intrauterino é um dispostivo em forma de T, implantado no colo do útero, que libera o hormônio gradativamente por cerca de cinco anos.
17 – É difícil engravidar após usar pílula por muitos anos?
Se não há nenhuma contraindicação, a pílula pode ser usada por muitos anos sem comprometer a fertilidade. Mulheres que tomam pílula por dez ou mais anos podem demorar um pouco para voltar ao ciclo normal de ovulação, mas, se não houver outro fator interferindo, ele se regulariza em cerca de seis meses.
18 – Posso tomar por anos seguidos?
Sim, desde que não apareçam fatores de risco -hipertensão, por exemplo- nesse período. O surgimento de novas condições de saúde deve ser comunicado ao médico, para a avaliação do custo/benefício.
19 – O que fazer se esquecer de tomar?
Se for só um dia, deve-se tomar duas pílulas no seguinte e voltar ao esquema normal. Se forem dois ou mais dias, o uso de uma por dia deve ser reiniciado, até o fim da cartela -porém, a eficácia da pílula ficará comprometida, e é preciso usar algum método de contracepção de barreira, como a camisinha.
20 – Que remédios interferem na eficácia da pílula?
Alguns antibióticos, anticonvulsivos e barbitúricos.
Fontes: Carlos Alberto Petta, Edmund Baracat e Julisa Lascasas Ribalta, ginecologistas (OMS)
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