O preço dos remédios vendidos no Brasil passou por reajustes entre 5% a 7,7% desde o último 31 de março. Os valores valem para cerca de 20 000 itens do mercado farmacêutico, como antibióticos, anti-inflamatórios, antidepressivos, analgésico, contraceptivos, entre outras classes de medicamentos.
O aumento é uma má notícia sobretudo para portadores de doenças crônicas que tomam remédio de uso contínuo. Com algumas medidas, no entanto, é possível poupar na compra de medicamentos.
1. Programas de Fidelização dos laboratórios
Nos programas de fidelização, que não são obrigatórios por lei, farmacêuticas oferecem uma lista de medicamentos com descontos, a maioria de uso contínuo. Eles começaram a se consolidar cinco anos atrás e vêm se tornando comuns no mercado.
O Bayer Para Você inclui drogas para endometriose, hipertensão e reposição hormonal masculina, além de anticoagulantes e contraceptivos com descontos de 20 a 55%. Já no Cuidados Pela Vida, da Aché, recebem abatimentos de 10% a 65% dezesseis medicamentos para esquizofrenia, osteoartrite, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), insuficiência cardíaca e depressão, entre outros. O Mais Pfizer, por sua vez, oferece descontos de 15% a 65% em quinze drogas para problemas como glaucoma, dor, Alzheimer, bexiga hiperativa e ansiedade.
Para participar, o usuário deve cadastrar seus dados pessoais (nome, endereço e CPF) e da receita médica — quando se tratar de uma droga vendida sob prescrição — no site ou pelo telefone da farmacêutica. Não existe um limite de produtos por paciente e o desconto pode ser renovado a cada um ou dois anos, apresentando um novo pedido médico.
2. Sites que comparam preços de medicamentos
Sites como o Clique Farma, o Mais Preço e o Consulta Remédios são especializados em comparar preços entre redes de farmácia. O maior deles é o Consulta Remédios, fundado há quinze anos e com 300 estabelecimentos cadastrados no Brasil.
Quando o usuário busca por uma droga, o sistema identifica a localização do cliente e apresenta o produto pesquisado em uma lista de farmácias próximas a ele. Para finalizar a compra, a pessoa é encaminhada ao portal de vendas online da farmácia (se houver) ou ao telefone da loja. O Consulta Remédios atualiza os preços diária ou semanalmente, de acordo com o sistema de cada estabelecimento.
3. Remédios vendidos com desconto
O programa Farmácia Popular, criado em 2004 pelo Ministério da Saúde, vende 112 tipos de remédios com descontos de até 90%. Há analgésico, anti-inflamatório, anti-hipertensivo, agentes imunossupressores, antifúngico e antibiótico, entre outras classes de medicamentos.
Essas drogas estão disponíveis em 532 pontos de venda da rede própria Farmácia Popular. Em outras 33 000 farmácias credenciadas no programa (e identificadas com um cartaz “Aqui Tem Farmácia Popular”), são comercializadas dez drogas para osteoporose, Parkinson, glaucoma, colesterol alto e rinite, além de contraceptivos. Para retirar os medicamentos, a pessoa deve apresentar um documento de identidade com foto, CPF e receita médica (emitida por um médico do SUS, particular ou de convênio) dentro do prazo de validade de 120 dias.
A primeira via da receita fica com o paciente para novas aquisições, de acordo com a prescrição médica, e a farmácia fica com a segunda. O remédio pode ser prescrito pelo princípio ativo ou nome referência.
4. Medicamentos distribuídos gratuitamente pelo governo
O Sistema Único de Saúde (SUS) tem uma lista de 840 medicamentos que são fornecidos gratuitamente ao cidadão de duas formas, de acordo com gravidade da enfermidade. Remédios básicos, como antibióticos e anti-inflamatórios, são retirados nas Unidades Básicas de Saúde. Já os de alto custo são oferecidos a pessoas com doenças crônicas ou em tratamento de câncer, hemofilia e problemas graves de rins e pulmões, por exemplo.
O médico do SUS pode indicar ao paciente onde retirar os remédios. Caso o profissional seja particular ou de convênio, o paciente deve procurar a Secretaria de Saúde do seu Município ou Estado, ou telefonar na ouvidora do SUS (número 136). Além disso, remédios para hipertensão, diabetes e asma são fornecidos gratuitamente nos estabelecimentos próprios ou credenciados no programa Farmácia Popular.
Para retirar os medicamentos, a pessoa deve apresentar um documento de identidade com foto, CPF e receita médica (emitida por um médico do SUS, particular ou de convênio) dentro do prazo de validade de 120 dias. A primeira via da receita fica com o paciente para novas aquisições, de acordo com a prescrição médica, e a farmácia fica com a segunda. O remédio pode ser prescrito pelo princípio ativo ou nome referência.
5. Drogas genéricas
Muitos médicos, por hábito ou preferência, prescrevem remédios de marca, também chamados de referência. Essas drogas são inovadoras, demoram anos para serem desenvolvidas, passam por estudos e recebem investimentos pesados. As farmacêuticas que as lançam podem ter sua patente por até vinte anos.
Quando o prazo expira, outros laboratórios podem produzir cópias idênticas destes remédios, com o mesmo formato, composição química, dosagem, posologia e indicação, aprovados em testes de equivalência. Trata-se dos genéricos. Por lei, eles podem ser substituídos pelos de marca e são no mínimo 35% mais baratos que eles. A diferença costuma ser maior que isso. De acordo com uma pesquisa realizada na capital paulista pela Fundação Procon-SP em agosto de 2014, os medicamentos genéricos são, em média, 57% mais econômicos do que os de referência.
6. Descontos oferecidos por planos de saúde
Algumas operadoras oferecem a seus clientes descontos na compra de remédios em estabelecimentos predeterminados. É o caso da SulAmérica Saúde, que concede até 55% de desconto em mais de 3 900 itens. Já a Bradesco Saúde oferece 65% de desconto em 3 700 produtos, e a Golden Cross, 50% em cerca de mil itens selecionados.
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