Mulheres questionam expressão “mimimi” para definir dores; agência diz que não teve intenção de minimizar ou ofender
Com o título #SemMimimi, a campanha da marca de analgésicos Novalfem, da empresa farmacêutica Sanofi, gerou polêmica nas redes sociais ao usar a expressão que pode ser definida como “frescura” ou “reclamação sem sentido” para ilustrar o que é sofrer de cólicas menstruais.
De acordo com o site Propmark, o laboratório quis criar uma campanha para mostrar que as mulheres não precisam abrir mão de nada por causa das dores. A ideia surgiu de uma pesquisa com dados do Conectaí, do Ibope Inteligência, que apontou que 75% das mulheres deixam de cumprir obrigações e 58% abrem mão de algo que gostam devido a cólicas menstruais, dores de cabeça e enxaquecas.
Protagonizado pela cantora Preta Gil, o vídeo foi tido como “desrespeitoso”, “equivocado” e “ofensivo” por usuárias das redes sociais, que alegaram que a dor não pode ser diminuída.
Nos comentários do vídeo oficial no YouTube, o Grupo de apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade (Gapendi) escreveu que “o assunto não pode ser tratado como piada, com ironia”, uma vez que “mais e 7 milhões de brasileiras sofrendo com fortes cólicas menstrual, com declínio na qualidade de vida, com destruições de sonhos, adiamento de planos e tarefas”.
Na sua conta oficial do Facebook, a agência responsável pela campanha, Publicis, publicou uma nota de esclarecimento afirmando que o objetivo era “ajudar as mulheres que sentem dores leves e moderadas a conseguir manter a rotina e aliviar o desconforto, usando um tom leve para falar de um assunto sério”. Além disso, afirmaram que “em nenhum momento” tiveram “a intenção de minimizar as dores das mulheres ou de ofender quem sofre com doenças e problemas mais graves, para os quais a consulta a um médico é sempre aconselhada”.
Já a Sanofi afirmou que decidiu reavaliar a campanha após a polêmica. Mas não chegou a afirmar se ela será cancelada. Por meio de nota, a empresa disse que vai acatar as opiniões publicadas e que não pretendia subestimar o impacto das dores ou desrespeitar quem as sente. Além disso, explicou que a proposta da campanha foi abordar “de maneira mais leve, alguns desconfortos que as mulheres vivem”.
O Globo
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