Celular: é o campeão de contaminação por bactérias, mas por ser de uso pessoal não é o que causa mais danos, |
Esses seres microscópicos estão por toda parte e, se não forem tomados os devidos cuidados, podem causar diversas doenças
Charles Gerba, pesquisador da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, descobriu que as bactérias do vaso sanitário – que são muitas – podem migrar dali por causa do acionamento da descarga e se depositar em outras superfícies do local, como a escova que limpará os dentes logo em seguida. A partir de então, migram para a boca e podem entrar no organismo. Dependendo do tipo de bactéria, pode causar problemas de saúde.
Gerba comparou as bactérias que se depositaram em gazes que colocou no banheiro para o experimento que comprovou que dar descarga com a tampa do vaso sanitário aberta não é uma boa ideia.
No entanto, não é só o banheiro que é escolhido como lar de bactérias. Elas estão em lugares que tocamos muitas vezes e até mesmo em maior quantidade nos objetos tão usados no dia a dia. Quem imaginaria que o celular pode ser um carregador de bactérias, mais do que o vaso sanitário? E a maçaneta de uma porta?
Segundo o infectologista Luiggi Miguez, do Hospital Balbino no Rio de Janeiro, a culpa de toda essa transmissão recai sobre as mãos, já que são elas que mais carregam as bactérias e espalham para outros lugares. Além disso, as mãos podem carregar vírus também.
“O risco existe porque são objetos que usamos muito. Como essa época do ano começa um tempo mais frio, se não tiver cuidado com higiene, é possível contrair infecções respiratórias, resfriados e gripes por causa disso, pois você tem contato com a pessoa doente e pode se contaminar por secreção respiratória ou por meio de objetos contaminados que ela tocou”, diz.
Lavar as mãos com frequência e, quando não for possível, higienizá-la com álcool em gel evita que essas doenças sejam transmitidas. Segundo o infectologista, não são somente bactérias que vivem nas superfícies, mas também os vírus e parasitas.
“No caso do banheiro público, há risco também de transmissão de parasitas, pela presença da contaminação por fezes”, alerta ele.
Uma higiene normal das mãos já afasta grande parte dos problemas. As pessoas que têm outros problemas associados, como doenças crônicas, devem ficar ainda mais atentas.
“Diabetes não controlado, por exemplo, deixa a imunidade mais baixa e qualquer doença por vírus ou bactéria pode evoluir para um quadro mais sério. No caso dos idosos também. São grupos de pessoas que necessitam de um cuidado maior”, alerta o médico.
Veja os objetos do dia a dia mais contaminados por bactérias:
Celular: é o campeão de contaminação por bactérias, mas por ser de uso pessoal não é o que causa mais danos, segundo Miguez. Sem estragar o aparelho, limpá-lo com álcool 70% ajuda. O álcool 98% não mata bactérias.
Esponja de cozinha: acumula resíduos alimentares – principalmente de carne crua – e as bactérias fazem a festa. O ideal é trocar regularmente.
Maçaneta de porta: principalmente aquela do banheiro público, em que a pessoa toca depois que usou o vaso sanitário e antes de lavar as mãos.
Teclado do computador: você usa o transporte público e depois vai direto ligar o computador, usar o mouse e o teclado, certo? Errado, no ponto de vista bacteriológico. Isso faz com que o teclado seja um dos objetos mais contaminados.
Escova de dentes: se ficar em cima da pia, vai carregar várias bactérias fecais. No entanto, a boca é um abrigo de bactérias – que vivem em equilíbrio, claro. Essas bactérias podem sobreviver por até dois dias na escova de dente.
Sabonete em barra: parece incongruente um sabonete carregar bactérias, mas se não forem higienizados, eles abrigam bactérias, por ficar exposto à superfície. A contaminação não acontece quando o sabonete é líquido.
Controle remoto: não são todas as pessoas que lembram de higienizá-lo corretamente, e, se as mãos não forem lavadas corretamente antes e depois do uso, eles viram uma "esponja" de bactérias.
Dinheiro: dinheiro é sujo e, por passar de mão em mão, carrega inúmeras bactérias. Algumas delas, como as do grupo da E. Coli, podem causar diarreia, infecções urinárias, além de outros problemas.
iG
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