Custo é de R$ 25 mil; técnica é usada na Inglaterra, Itália, EUA e Alemanha. 'Inchaço' na glândula atinge 80% dos homens acima de 50 anos, diz OMS
Foto: Hospital Santa Lúcia/Divulgação Médicos usam laser para vaporizar próstata em hospital do DF |
Um hospital particular de Brasília adotou uma técnica menos dolorosa e mais rápida para tratar pacientes com aumento de próstata: a vaporização do órgão. Com a ajuda de laser, médicos conseguem pulverizar a glândula e abrir passagem para a urina. O procedimento é feito com anestesia, dura 40 minutos e exige 36 horas de observação. A terapia convencional é cirúrgica e prevê pelo menos um mês para recuperação.
O quadro – conhecido como hiperplasia prostática benigna – é considerado comum, mas causa incômodo. Os principais sintomas são demora para começar a urinar, interrupção involuntária, diminuição da intensidade do jato e acordar diversas vezes à noite para ir ao banheiro. A identificação da doença ocorre por meio do exame do toque retal e biópsia.
“Pacientes que apresentam comorbidades como insuficiência renal, fazem uso de anticoagulantes [ou] apresentam próstatas muito volumosas podem ser beneficiados com essa tecnologia”, explica o urologista Frederico Messias.
Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que 80% dos homens com mais de 50 anos sofrem com o problema. Só no Brasil são 15 milhões nesta situação. A nova técnica já é usada nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Alemanha e na Itália. Brasília é uma das oito cidades brasileiras a oferecer a alternativa. Coberto por poucos planos de saúde, o procedimento custa R$ 25 mil.
O aposentado Geraldo Felipe de Araújo, de 69 anos, passou pelo tratamento em julho. Ele conta que há cinco anos sofre com problema na próstata. O procedimento foi recomendado pelo médico.
“Ela [a glândula] murchou e eu não conseguia expelir a urina, não saía. Quando não conseguia jogar toda a urina fora, eu sentia dor, porque tinha a dor de toda a pressão que eu fazia na hora da urina, fora que a bexiga enchia demais”, explica.
“Ela [a glândula] murchou e eu não conseguia expelir a urina, não saía. Quando não conseguia jogar toda a urina fora, eu sentia dor, porque tinha a dor de toda a pressão que eu fazia na hora da urina, fora que a bexiga enchia demais”, explica.
O homem afirma que a recuperação foi rápida e indolor. Desde então, passa por acompanhamento com os médicos e faz exames regulares.
“Foi muito melhor do que fazer a cirurgia tradicional, que a fica uns três, quatro dias no hospital e sente muita dor por causa da raspagem que fazem na próstata”, afirma Araújo.
Procedimento
O calor emitido pelo laser desintegra a próstata, atingindo até três milímetros de profundidade. A terapia convencional é conhecida como ressecção transuretral e é feita com um bisturi elétrico. Com a ajuda de uma espécie de alça, o equipamento retira pequenos fragmentos da glândula e acaba provocando sangramentos.
O calor emitido pelo laser desintegra a próstata, atingindo até três milímetros de profundidade. A terapia convencional é conhecida como ressecção transuretral e é feita com um bisturi elétrico. Com a ajuda de uma espécie de alça, o equipamento retira pequenos fragmentos da glândula e acaba provocando sangramentos.
Homens que queiram se submeter ao novo tratamento precisam, primeiro, passar por avaliação cardiológica completa e fazer exames de sangue e de urina. Depois de realizada a vaporização, devem ingerir bastante água e não fazer grandes esforços no intervalo de 15 dias.
De acordo com o urologista Frederico Messias, há expectativa de expandir o uso da técnica, adotada em julho. “Poderia ser usada para tratamento de tumores de bexiga”, afirma.
G1
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