Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



terça-feira, 29 de setembro de 2015

Quando a cirurgia é indicada para pacientes com diverticulite?

Reprodução: Dicerticulite
São vários os tipos de cirurgia e as indicações dependem do quadro de cada paciente

Dr. João Ricardo Duda Coloproctologia - CRM 22961/PR   
 
O que é a diverticulite?
A doença diverticular dos cólons é consequência da herniação da mucosa que reveste internamente o intestino grosso entre as fibras musculares da parede muscular. As doenças diverticulares do intestino (diverticulite e diverticulose) eram raras até o final do século 19, sendo hoje epidêmica nos países ocidentais.
 
Aos 60 anos, o risco de se desenvolver doença diverticular é de 50%, porém não mais que 10% apresentarão sintomas, e uma parcela menor ainda necessitará de cirurgia. O aumento da incidência deve-se principalmente à drástica redução da ingestão de fibras alimentares.                             
 
A diverticulite aguda é uma complicação da doença diverticular decorrente de um processo infeccioso e inflamatório que se inicia dentro do divertículo.  
 
Em quais casos a cirurgia para diverticulite é indicada?
Quando o paciente não responde às medidas clínicas conservadoras ou sua condição está se deteriorando, é necessária uma intervenção cirúrgica urgente. Contudo, pacientes com dor e diverticulite aguda localizada, sem sinais e sintomas que sugiram comprometimento de sua condição sistêmica, podem ser tratados sem internação hospitalar. 
 
Não havendo melhora dos sintomas, recomenda-se a internação. Persistindo dos sintomas, se faz necessário novos exames radiológicos, a fim de se avaliar possíveis complicações - como perfuração livre do intestino, abscessos, peritonite generalizada e fístulas. Nestes casos, a cirurgia é indicada nos abscessos localizados que não responderam a drenagem guiada por radiologia, abscessos pélvicos ou intra-abdominais, pneumoperitôneo (ar livre dentro do abdômen) e peritonite (infecção abdominal) generalizada. 
 
As fistulas são comunicações do intestino com órgãos como a bexiga, a vagina e o ureter, condição essa que também requer tratamento cirúrgico. 
 
A decisão de se intervir cirurgicamente em pacientes com diverticulite sem complicação, ou seja, de forma eletiva, é um assunto sempre controverso. Normalmente é aceita nos casos de pacientes jovens (menos de 50 anos), com sinais obstrutivos, fistulas e dor crônica de difícil resolução.  
 
Já pacientes imunodeprimidos devem ser operados após a primeira crise não complicada, para se evitar uma segunda crise complicada.  
 
Quando a cirurgia para diverticulite não é indicada?
 
A cirurgia para diverticulite não é indicada:
 
- se a crise de diverticulite aguda é não complicada
 
- quando o paciente está bem do ponto de vista sistêmico e responde às medidas clínicas conservadoras
 
- se a crise de diverticulite aguda é complicada, com abscessos localizados que respondam a drenagem percutânea guiada por radiologia
 
- pacientes sem condições clínicas para tolerar uma cirurgia, por mais simples e rápida que possa ser
 
Opções cirúrgicas
A cirurgia pode ser pelas vias aberta e laparoscópica, onde a porção acometida e mais frequentemente ressecada é o cólon sigmóide. As modalidades cirúrgicas mais frequentes na crise de diverticulite aguda complicada são:                            
 
1. Ressecção e anastomose primária (cirurgia em um tempo): Vem sendo nos últimos anos a cirurgia de escolha, pois os estudos mostram menor morbidade de mortalidade. 
 
2. Cirurgia de Hartmann (cirurgia em dois tempos): Resseca-se o sigmóide, fecha-se o reto e confecciona-se uma colostomia com o cólon descendente ou transverso. O fechamento da colostomia, ligando-se o cólon ao reto acontece três meses após a primeira cirurgia. 
 
3. Sigmoidectomia e anastomose primária com ileostomia protetora: opção interessante pois desvia-se o trânsito intestinal da anastomose com uma bolsa de ileostomia, a qual é muito mais fácil de ser fechada do que a cirurgia de Hartmann, reduzindo as complicações no caso de abertura da ligação do cólon com o reto.  
 
Na cirurgia eletiva (fora do período da diverticulite complicada grave), sempre é realizada a resseção com anastomose primária. 
 
O maior risco na realização da cirurgia para diverticulite sempre é a deiscência da anastomose (junção do reto com o cólon através de suturas mecânicas ou manuais). Essa condição implica em vazamento de conteúdo fecal para a cavidade abdominal, muitas vezes tratada com nova cirurgia, com alta morbidade. Ademais, os riscos são como os de cirurgias em geral.
 
Minha Vida

Nenhum comentário:

Postar um comentário