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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Trailer de 'O Renascimento do Parto 2' mostra por que parto pélvico não é indicação de cesariana

Reprodução
Continuação de documentário vai discutir também violência obstétrica, SUS que dá certo e mostrar a experiência de parto em países como Holanda e Inglaterra
 
A indicação de cesariana em função de bebê pélvico (sentado) ganhou destaque no Brasil quando, em abril de 2014, Adelir Carmen Lemos de Góes foi tirada de casa com um mandado judicial que a obrigava a passar por uma cesariana em um hospital do Rio Grande do Sul (relembre aqui). Entre as justificativas da médica para acionar o Ministério Público e pedir a cesariana de urgência constava  a posição que Yuja Kali, filha de Adelir, estava dentro do útero. A história, que repercutiu internacionalmente, é emblemática por mostrar o quanto ainda é negado à mulher o direito à autonomia sobre o próprio corpo.

Diretor do documentário ‘O Renascimento do Parto 2’, previsto para ser lançado em 2016, Eduardo Chauvet retoma, com a divulgação do trailer do filme, a discussão sobre as evidências científicas já produzidas sobre parto pélvico. O Saúde Plena já abordou o assunto nesta reportagem. Nos oito minutos que resumem o que virá com o novo longa-metragem, o diretor mostra um bebê pélvico vindo ao mundo de parto normal.

No trailer, o médico obstetra Frank Lowen afirma que existe um receio por parte dos médicos em relação ao parto normal com bebê sentado. “Há realmente um grande medo por parte dos médicos da ‘cabeça derradeira’, ou seja, de a cabeça não sair após o ombro”, explica. Entretanto, o especialista pondera: “Parto pélvico é uma patologia ou uma variação da normalidade? Se um bebê pélvico pode nascer como um cefálico, se pode nascer espontaneamente sem ajuda, isso nos mostra que é normalidade e que depende da experiência da equipe, depende da técnica, depende da posição da mãe”. Lowen ressalta ainda que, há centenas de anos, é de conhecimento da ciência que o parto normal com bebê sentado é possível.
 
Veja o trailer:
 

Em entrevista ao Saúde Plena, Chauvet já adiantara que a continuação do documentário abordaria também violência obstétrica, SUS que dá certo e os modelos de parto e nascimento na Inglaterra e Holanda.
 
Ainda no trailer, o diretor inicia também a discussão sobre empoderamento feminino que, de acordo com o psicólogo e terapeuta familiar, Alexandre Coimbra Amaral “não é uma variável externa, é a mulher que descobre o poder em si”. Na voz de Ana Paula Caldas, Chauvet deixa claro que o movimento pela humanização do parto no Brasil não quer obrigar nenhuma mulher a parir, mas enfrentar o problema “de quem quer parir e não consegue”.
 
Saúde Plena

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