As delícias dessas datas seduzem tanto que as pessoas abandonam a dieta ou, aqueles que já abusaram durante o ano, exageram ainda mais
Fim de ano bate à porta e para saborear as tão aguardadas ceias de Natal e do réveillon muitos já entraram em contagem regressiva. As delícias dessas datas seduzem tanto que as pessoas abandonam a dieta ou, aqueles que já abusaram durante o ano, exageram ainda mais. “Pequenos pecados são permitidos, a alma pode ficar só um pouco mais pesada, mas é preciso ter moderação para não se privar de nada”, esse é o primeiro recado do médico ortomolecular Gilberto Kocerginsky, do Rio de Janeiro, cujo trabalho é focado em medicina personalizada, preventiva e nutrigenômica.
A regra é uma só: não abusar. A maioria sabe, mas insiste em burlá-la. Não é abrir mão das gostosuras presentes à mesa. Mas para manter uma alimentação saudável, uma saída pode ser optar pela nossa cultura alimentar em detrimento da europeia ou americana. Luiz Jabbur, médico ortomolecular e nutrólogo, lembra que o Brasil é um país tropical e com vasta gama de frutas o ano todo. Então, qual o sentido de investir somente nas frutas secas, típicas de países temperados que vivem o inverno neste período? “Comecem a adotar frutas in natura com qualidade de água e fibras, portanto, menos calóricas. O preço é mais acessível do que as desidratadas, mais saudável e com bons valores nutricionais”, indica.
Jabbur explica que ao escolher as frutas secas, as mais indicadas são “as tâmaras e o damasco, que apresentam quantidade elevada de fibras. Elas têm carboidratos simples e complexos em boa proporção e provocam a saciedade por mais tempo. O ideal é comê-las antes de cear. Já a fruta in natura é importante porque o ácido málico ajuda a tirar as toxinas do organismo e, além disso, nos mantém acordados. O fundamental é nunca ir para a ceia de estômago vazio. Se não tiver essa opção, coma damasco e tâmara antes de começar a provar os outros alimentos. E lembre-se de mastigar bastante, já que o trato gástrico intestinal leva de 15 a 20 minutos para comunicar ao cérebro que ele está satisfeito. Um hábito que todos devem levar para a vida”.
Um carboidrato
Do ponto de vista nutricional, o médico propõe comer uma fonte de carboidrato, ou seja, farofa, arroz (integral, porque tem o índice glicêmico muito baixo) ou massa e “não os três simultaneamente, porque mobiliza a insulina, hormônio que nos engorda”. No caso das proteínas, estão liberadas com bom senso, desde que seja “carne magra, caso do peru, pernil, leitão, bacalhau e peixe. Evitar o consumo da pele, que é onde está concentrada a gordura prejudicial”.
Um carboidrato
Do ponto de vista nutricional, o médico propõe comer uma fonte de carboidrato, ou seja, farofa, arroz (integral, porque tem o índice glicêmico muito baixo) ou massa e “não os três simultaneamente, porque mobiliza a insulina, hormônio que nos engorda”. No caso das proteínas, estão liberadas com bom senso, desde que seja “carne magra, caso do peru, pernil, leitão, bacalhau e peixe. Evitar o consumo da pele, que é onde está concentrada a gordura prejudicial”.
O médico diz para as pessoas tentarem fugir de um modelo estigmatizado de ceia, chamando a atenção para o bacalhau ou mesmo o filé de merluza, mais barato.“E se não gostar do arroz integral, incremente-o dando um colorido com passas, castanhas e cenoura. No caso da farofa, substitua a farinha por amaranto, quinoa, produtos com menor índice glicêmico”.
E saiba que não tem como ficar “livre” da salada. Luiz Jabbur alerta que é preciso priorizá-la e o Brasil tem outra vantagem pela variedade de legumes e verduras. “Uma boa receita é juntar alface-americana, rúcula, tomate-cereja e figo in natura. Supersaudável e o figo traz um sabor doce à salada. E não se esqueçam, fibras dão saciedade”, diz. O médico destaca ainda a lentilha como um excelente alimento, com vários nutrientes para a saúde e que comporia com perfeição o prato. “É uma leguminosa perfeita, assim como as oleaginosas, as castanhas, que são ricas em selênio. Só não se esqueçam de que, apesar de saudáveis, são bem calóricas. Basta comer uma castanha-do-pará para ter a quantidade de selênio que precisamos no dia, uma unidade. Quem exagera, 100g, por exemplo, vai ingerir 700 calorias. Portanto, é preciso consumi-la com moderação”, ensina.
Quanto às bebidas, o espumante é o “menos ruim e com menos caloria”, na visão dos especialistas. Mas uma opção melhor do que as bebidas com álcool é a água saborizada. E a receita é fácil: coloque frutas no fundo de uma jarra e folhas de hortelã em água potável. Leve à geladeira. A água fica com gosto e aroma e é saudável. Agora, se não conseguir evitar o álcool, lembre-se de intercalar com copo de água para não desidratar. “Cuidado com o suco orgânico, porque é calórico, tem muito carboidrato e, por isso, recomendo sempre a fruta in natura. O melhor suco é o de limão e natural, é menos calórico, melhora a acidez estomacal e o pH do organismo como um todo. Limão é remédio”, diz Luiz Jabbur
Cacau com frutas
Cacau com frutas
Sobremesa não pode faltar e a indicação dos nutricionistas e nutrólogos de plantão é substituir as tradicionais pelas saudáveis. Uma opção é o fondue de chocolate amargo (70% de cacau) com morango ou uva. “Só vale chocolate com no mínimo 70% de cacau por ser antioxidante e cardioprotetor. Mesmo se achar ruim, vale enfatizar que paladar é educável. Insista, que você vai aprender a gostar. É questão de persistência mesmo. Outra dica é consumir abacaxi fresco polvilhado com canela. Se quiser, pode esquentar na frigideira, mas sem nada, só para aquecer. Sorvete de frutas é outra ótima opção, saudável, com menos caloria e gordura”, ensina Jabbur.
Para ele, “quem conseguiu ficar na linha durante o ano pode até sair da rotina no Natal e no réveillon. Mas nunca se esqueçam de que o principal é cultivar os hábitos saudáveis o ano inteiro”. Gilberto Kocerginsky é taxativo ao declarar que não quer que as pessoas “pensem nas calorias e, sim, na qualidade nutricional do alimento”. E avisa: “Evitem carnes típicas deste período do ano, como aquelas defumadas, por causa da procedência e do risco de adição de químicos”. E enfatiza que “o ideal é carne magra”. Ele é terminantemente contra o álcool, mas se for inevitável, “um cálice, no máximo dois, de vinho tinto, sem esquecer a hidratação e de se alimentar durante o consumo. O ideal é não ingerir bebida alcoólica”.
Como seu colega Luiz Jabbur, Kocerginsky reforça “que tudo in natura é melhor por ser oxidante e com benefícios funcionais para o ser humano”. “Tudo deve ser com moderação, se não tiver nenhuma restrição. Meus pacientes já estão catequizados e sabem até onde podem ir. O Brasil tem 42% de obesos e pessoas com sobrepeso com a facilidade do alimento industrializado, fast food e estilo de vida de ficar preso no trânsito duas horas, estresse, nada de atividade física. E, consequentemente, surgem as doenças. Moderação tem de fazer parte da vida”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário