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quarta-feira, 30 de março de 2011

Brasileiros testam aparelho que mede glicose sem furar o dedo

Equipamento inédito está sendo desenvolvido na PUC de Minas Gerais

                                                                                         Lucas Prates/Jornal Hoje em Dia

Pesquisadores da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais) estão desenvolvendo um aparelho que mede o nível de açúcar no sangue sem a necessidade de o paciente furar o dedo. A técnica promete ajudar as pessoas que precisam conferir o nível de glicemia por até três vezes ao dia. Atualmente, essa medição é feita com a incômoda picadinha no dedo.

O aparelho está sendo desenvolvido por professores e alunos do curso de Engenharia Eletrônica da universidade. De acordo com o professor Flávio Maurício de Souza, o equipamento é capaz de medir sinais do organismo que identificam o nível de glicemia no sangue.

- Muitas vezes, o paciente já está hospitalizado e com a saúde debilitada. O grande mérito desse aparelho é evitar a coleta de amostras de sangue nesse paciente.

O aparelho calcula o nível de açúcar no sangue, segundo o professor, a partir da observação da quantidade de calor, do fornecimento de oxigênio local e da concentração de glicose.

- Os dados dos pacientes são coletados por meio de sensores e processados para se obter o nível de glicose continuamente do paciente.

Para a leitura dos dados, os pesquisadores desenvolveram um software em que os gráficos representativos dos resultados podem ser facilmente visualizados na tela de um computador ou de um monitor.

- O modelo que nós desenvolvemos em parceria com os alunos vai garantir mais conforto e praticidade, tanto em relação à medição dos dados quanto à leitura desses dados. O ganho é para pacientes, mas também para os médicos.

Flávio Souza explica que o medidor está em fase de testes e depende de vários fatores para ser comercializado.

- O modelo feito para a pesquisa mostrou-se eficiente para a medição de glicose, mas para a comercialização é preciso que haja mais investimentos, de modo que ele possa ser transformado em um aparelho com reais condições de ser utilizado em todos os hospitais e em casa.

Diabetes é a epidemia do século

A diabetes é uma das doenças que mais crescem no mundo. Ela já é considerada a epidemia do século e afeta cerca de 284 milhões de pessoas. Especialistas são unânimes ao afirmar que um bom nível de glicose no sangue é essencial para a saúde. E o acompanhamento contínuo dessa taxa pelos diabéticos - cujo organismo não é capaz de produzir o hormônio insulina, responsável pela regulação da glicose - é obrigatório.

Para o presidente da Associação Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Airton Golbert, os níveis elevados de glicose no sangue podem levar a uma longa lista de problemas graves de saúde.

- Os principais são glaucoma, lesões nervosas e doenças do coração, só para citar alguns.

Segundo o médico, quando o aparelho já estiver em fase de comercialização, será muito útil.

- Quem é diabético deve testar os seus níveis de glicose várias vezes ao dia, geralmente utilizando um dispositivo de punção para furar a ponta do dedo e tirar sangue. Esse equipamento representará um maior conforto e melhoria na qualidade de vida dos pacientes que convivem com o diabetes, já que essa é uma das doenças que mais têm crescido nos últimos anos no país e no mundo.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o número de diabéticos poderá chegar a 360 milhões em 2030.

- Os dados divulgados para as sociedades médicas de todo o mundo mostram que o Brasil já ocupa o quinto lugar na lista mundial de nações com o maior número de portadores da doença.

Segundo Golbert, o número de brasileiros que precisará fazer o controle da glicose deve crescer 67% em 20 anos. De acordo com o endocrinologista, além do potencial impacto sobre a cirurgia e manutenção diária da diabetes, o monitoramento contínuo da glicose pode ajudar os médicos a entenderem melhor a insulina e como ela funciona no organismo.

- Cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo usam insulina. Entender melhor como ela é metabolizada é uma passo importantíssimo para médicos e pacientes.

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