Agora os pesquisadores esperam determinar os mecanismos biológicos do problema
Cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, identificaram uma pequena região no cromossomo 2 que está associada a um maior risco de tentativa de suicídio, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (29) pela revista científica Molecular Psychiatry.
Essa pequena região contém quatro genes, incluindo o gene ACP1, que os pesquisadores encontraram em níveis superiores aos normais no cérebro de pessoas que tinham tentado se suicidar.
Os pesquisadores dizem que os resultados poderiam levar a melhores esforços de prevenção do suicídio, proporcionando novas direções para a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos. É o que defende a médica Virgínia Willour, diretora do estudo e professora de psiquiatria e ciências da escola de medicina da Universidade Johns Hopkins.
- Durante muito tempo, achamos que os genes tinham um papel importante na decisão de tentar cometer suicídio e, de fato, possuem.
Para chegar a essas conclusões, Virgínia e seus colegas estudaram amostras de DNA de quase 2,7 mil adultos com transtorno bipolar, 1.201 deles com antecedentes de tentativas de suicídio e 1.497 sem esse histórico.
Durante a pesquisa, descobriram que os pacientes que tinham copiada uma vez em seu DNA uma variação genética na região do cromossomo 2, onde se encontra o ACP1, foram 1,4 vezes mais propensos ao suicídio.
A influência do número de cópias de alguns genes em doenças neuropsiquiátricas é conhecida e, no caso dos que tinham duas cópias dessa variação, o risco aumentou em até três vezes.
Segundo dados proporcionados pelos autores, calcula-se que 4,6% da população americana tentou se suicidar alguma vez. Esse problema é a causa de 1,4% de mortes no país.
Entre as pessoas com transtorno bipolar, 47% pensam em se matar e 25% realmente tentam o suicídio.
- O que é promissor são as implicações desse trabalho para aprender mais sobre a biologia do suicídio e os remédios utilizados para tratar os pacientes que poderiam estar em risco.
Os próximos passos serão tentar determinar os mecanismos biológicos exatos pelos quais esses fatores de risco genéticos aumentam o risco de comportamento suicida.
- Nem todas as pessoas com transtorno bipolar podem tomar lítio - um sal natural que normaliza a atividade das células nervosas e costuma ser administrado como estabilizador do estado de ânimo - devido a seus efeitos secundários. Se pudéssemos dar outra opção, isso seria fantástico.
"Copyright Efe - Todos os direitos de reprodução e representação são reservados para a Agência Efe."
Nenhum comentário:
Postar um comentário