Técnica, que permite que os órgãos possam ser transferidos "respirando", já foi usada com sucesso em dois transplantes
Uma equipe de médicos espanhóis projetou um sistema mecânico que permite que os pulmões extraídos para um transplante "continuem respirando" durante o período entre sua extração e sua implantação no corpo do receptor.
O sistema, apresentado nesta quarta-feira no hospital Puerta de Hierro de Madri, consegue minimizar a deterioração sofrida pelos pulmões durante o transporte desde o centro hospitalar de origem, onde se encontra o doador, até o hospital receptor, no qual serão implantados.
Leia: Brasil registra crescimento de transplantes e doação de órgãos
A redução do risco se consegue graças a um sistema, chamado PEPP (Perfusão Exvivo Pulmonar Portátil), que consiste em uma máquina na qual se introduzem os pulmões logo após serem extraídos do corpo do doador.
Os pulmões funcionam em temperatura corporal mediante um respirador e uma bomba que impulsiona um composto de preservação misturado com sangue, o que propicia que os órgãos possam ser transferidos "respirando", em uma situação praticamente idêntica à qual teriam se estivessem já implantados.
No hospital, os médicos Andrés Varela e Javier Moradiellos, diretores do projeto, fizeram nesta quarta-feira uma demonstração da eficácia do sistema e mostraram pulmões (de porco) em uma máquina e "respirando". Os presentes puderam ver assim como os pulmões se expandiam e contraíam na máquina.
Os doutores responsáveis pelo projeto citaram, entre as principais vantagens do novo sistema, o melhor aproveitamento dos doadores, já que com uma máquina é possível transportar por distâncias maiores entre a recepção e a implantação.
A experiência do hospital Puerta de Hierro, que já efetuou dois transplantes com esta técnica de transporte, será compartilhada com hospitais dos Estados Unidos e Europa a fim de tratar de captar pelo menos 100 pacientes e demonstrar e verificar assim a eficácia do sistema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário