Mesmo com o aumento do número de divórcios nos últimos anos, há alguns casamentos que duram a vida inteira. E um deles é com um companheiro ou companheira indesejável: a dor.
A cada dia, o número de pessoas que reclamam de enxaqueca, dores nas articulações, entre outros, aumentam. Com isso, peregrinações em consultórios passam a ser rotina na vida destes pacientes.
Depois de muitas tentativas de encontrar a cura, alguns desistem do tratamento. Outros desenvolvem depressão e perdem a esperança de um dia viver sem sentir o incômodo.
Mas, segundo o especialista em dor, Charles de Oliveira, há uma possibilidade de a pessoa melhorar a sua qualidade de vida a sua qualidade de vida. Para isso, o paciente precisa ter um tratamento adequado para minimizar o sofrimento. Leia abaixo a entrevista concedida ao Metro pelo anestesiologista de um centro de controle da dor de Campinas, uma das 14 instituições de referência em dor no mundo certificada pelo World Institute of Pain (WIP).
O que é dor crônica?
Segundo a IASP (Sociedade Internacional para o Estudo da Dor), dor crônica é aquela que perdura por um tempo superior a três meses.
Qual a diferença entre dor crônica e aguda?
A dor aguda está presente quando há algum tipo de agressão física e/ou emocional e é um sintoma que mostra algo de errado em curso. Ela serve de alerta e nos motiva a buscar ajuda. Já na dor crônica, a dor deixa de ser um sintoma e passa a ser uma doença por si própria. Não tem mais a função de alerta e geralmente leva a pessoa à depressão.
Quais são as doenças em que há a manifestação da dor crônica?
Inúmeras. Cefaleias, neuralgia do trigêmio, neuralgia pós-herpética, síndromes complexo-regionais, dor pós-operatória. Veja bem: isso ocorre quando a dor aguda não é bem tratada. Se assim for, evita-se a dor crônica.
Como uma pessoa pode perceber que tem dor crônica?
Toda dor tem curso natural, uma aparição e melhora progressiva até a sua completa resolução. Se a doença já desapareceu e a dor persiste, algo errado está ocorrendo. Esta dor precisa ser tratada.
Como minimizar o sofrimento de um paciente que convive diariamente com dor?
Ajustando as medicações corretas, fazendo bloqueios anestésicos para o tratamento da dor, fazendo avaliação psicológica sempre que necessário, entendendo esta pessoa em suas várias atribuições, seja no trabalho, seja na vida social.
Existem dores de fundo apenas emocional?
Sim, porém é raro, também conhecida por dor psicogênica. Não há muita. As que existem são de imediato investigadas e as providências tomadas também de imediato. O que vemos diariamente são as dores psicossomáticas, ou seja, dores reais que ficam exacerbadas por questões emocionais não bem elaboradas.
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