Brasília – A população indígena que vive em aldeias nos estados do Amazonas e de Roraima está sendo submetida a uma nova tecnologia para detectar com mais rapidez se é portadora de doenças sexualmente transmissíveis. O projeto Teste Rápido da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde já examinou 45 mil índios para saber se têm sífilis. Os exames deram positivo para 1,43%.
O teste é feito na população sexualmente ativa. Antes, os índios passam por uma triagem, assistindo a palestras e oficinas. Após o resultado, quem tiver a doença recebe orientação médica individual. O diagnóstico do teste sai em apenas 20 minutos.
De acordo com a secretaria, fatores internos e externos são os causadores dessa vulnerabilidade indígena para as doenças sexualmente transmissíveis, como a ocupação ilegal de não indígenas, turismo e a presença de organizações não governamentais. Como fator interno foram apontados o desconhecimento sobre esse tipo de doença, o consumo de álcool, a restrição ao uso de preservativos, a presença de comunidade indígena em centros urbanos e as festividades com a participação de não indígenas.
É a primeira vez que o teste rápido para sífilis é feito na população indígena. Para o secretário especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, “o sucesso desse trabalho só foi possível graças à parceria com as entidades envolvidas e os profissionais de saúde, que não mediram esforços para colher as amostras e tabular os dados com qualidade”. O objetivo é ampliar a testagem para outras comunidades indígenas do país ainda este ano, devido ao contato dos índios com os não índios. A primeira etapa do projeto termina em 30 julho.
Já foram testados 45.612 indígenas, acima de 10 anos de idade, representando 54,7% da população indígena do Amazonas e de Roraima. No total, serão examinados pelo projeto 83.311 indígenas dos dois estados, atingindo 100% da população indígena de 195 etnias.
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