Dietas malucas, obsessão com o corpo, perda rápida de peso. Quem acha que essas características são apenas coisas que fazem parte da adolescência e juventude, deve ficar atento. Esses sinais podem ser indícios, na realidade, de transtornos alimentares como a anorexia e a bulimia.
Em um mundo onde a preocupação com o corpo perfeito e a cobrança da sociedade são grandes, doenças como essa costumam atingir frequentemente mulheres entre 15 e 25 anos e são caracterizadas pela preocupação excessiva e obsessiva com o peso e a alimentação.
De acordo com a psicóloga da saúde Carolina Todesco, essas doenças não aparecem por acaso. “Esses transtornos alimentares costumam surgir depois de mudanças bruscas que o individuo passa na sua vida, como inicio da faculdade, morar longe de casa, casamento, perdas significativas, entre outros”, indica.
É importante, entretanto, não confundir anorexia nervosa com bulimia, dois tipos de transtornos diferentes. A nutricionista Camila Leonel Abreu explica a diferença entre as duas patologias.
“O comportamento anoréxico tem como principais sintomas a perda acentuada de massa muscular e de gordura corporal e a redução do consumo alimentar, especialmente dos grupos considerados ‘proibidos’ ou ‘engordantes’. A principal característica é a perda ou recusa em manter o peso dentro da faixa normal para a idade”, explica.
“Já na bulimia nervosa, alterações do estado nutricional são pouco evidentes. Os bulímicos geralmente apresentam peso normal ou até mesmo um discreto excesso de peso. A principal característica é a presença de episódios recorrentes de compulsão alimentar seguidos de mecanismos compensatórios para tentar neutralizar o consumo energético, como o vômito”.
Tratamento
O tratamento deste tipo de doença é lento e exige tanto um acompanhamento nutricional quanto psicológico. De acordo com Camila, “deve-se conduzir uma detalhada entrevista acerca dos hábitos alimentares do paciente e histórico da doença”. Pede-se que o paciente também faça um diário alimentar, onde anota tudo o que consome durante o dia.
“Esse registro faz com que o paciente adquira maior consciência sobre diversos aspectos da sua doença e constantemente exerça disciplina e controle”, indica Camila. Já a reeducação alimentar “visa à promoção de hábitos alimentares saudáveis, a cessação de comportamentos inadequados”.
No tocante ao acompanhamento psicológico, Carolina explica que o apoio da família é indispensável para a recuperação do paciente.
“É uma peça importante para a descoberta e tratamento desses transtornos, já que, muitas vezes, são os membros da família que percebem algo de errado no comportamento do jovem. Normalmente é a família que procura ajuda médica, colaborando e incentivando o paciente a aderir e seguir corretamente o tratamento”, comenta.
Prevenção
A melhor forma de vencer esses tipos de doença continua sendo a prevenção, identificando previamente indivíduos mais propícios a desenvolverem transtornos alimentares.
“Qualquer um pode estar sujeito ao aparecimento desse tipo de transtorno, mas pessoas com predisposição genética, que já foram obesas na infância e que tem trabalhos que exigem um padrão corporal, estão mais suscetíveis a esses tipos de transtornos”, alerta Carolina. Por isso, a família deve estar sempre atenta para detectar comportamentos suspeitos, como vômitos induzidos, dietas radicais, entre outros.
“Alguns sinais como preocupação excessiva com o peso, pesagem excessiva, preocupação e interesse sobre alimentos, irritabilidade e ansiedade, comer rápida e compulsivamente ou pouca ingestão de alimentos, culpa depois de alimentar-se são os mais comuns”, finaliza Carolina.
http://www.band.com.br/jornalismo/saude/conteudo.asp?ID=100000440615
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