Brasil, Bolívia e Chile são os países da América do Sul que mais consomem medicamentos para uso ilícito, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira pelo UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes).
Os remédios mais utilizados pertencem ao grupo dos analgésicos, principalmente aqueles que levam codeína em sua fórmula --servem para o controle da dor.
O uso abusivo desses medicamentos somente na América do Sul é calculado entre 0,3% e 0,4% da população adulta. Isso equivale a aproximadamente 850 mil a 940 mil pessoas.
No Brasil, entretanto, o porcentual é maior que essa média, com 0,5%. No Chile o percentual é 0,5%, enquanto na Bolívia é de 0,6%. Já na Costa Rica, na América Central, taxa é de 2,8%.
ESTIMULANTES
O levantamento aponta também que em 2009 o Brasil se tornou, entre as nações sul-americanas, um dos maiores consumidores de estimulantes sintetizados como meta-anfetamina e anfetamina --o uso clínico mais comum é como moderador de apetite e para o tratamento de deficit de atenção e hiperatividade--, além do ecstasy. À lista se junta a Argentina e, em menor extensão, o Chile.
Nesse mesmo ano, uma pesquisa mostrou que 10,5% dos universitários brasileiros usavam anfetamina, com ocorrência maior entre as mulheres do que os homens.
Entre o grupo estudado, os maiores de 35 anos consumiam mais a substância, seguidos da faixa etária entre 25 e 34 anos.
Nos últimos 20 anos, o uso de drogas sintetizadas se transformou em um dos mais significantes problemas mundiais.
AIDS
O nível global de prevalência da Aids entre os usuários de drogas injetáveis é estimado em 17,9%. Isso significa que 2,8 milhões de pessoas que injetam drogas estão contaminadas com o HIV.
De acordo com o Grupo de Referência, a prevalência do HIV entre usuários de drogas injetáveis varia bastante de acordo com a sua localização geográfica.
As maiores taxas são na América Latina, Leste Europeu e Leste e Sudeste da Ásia. Combinadas, essas regiões respondem por 73% do número mundial de usuários de drogas injetáveis portadores de HIV.
Em alguns países, a existência de HIV é extremamente alta. O Brasil está entre eles, com 48% dos usuários de drogas injetáveis estando infectados pelo HIV. Na Estônia, esse número chega a 72%. Na Argentina, fica em 50%.
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