Um novo tratamento que inibe um gene cuja mutação está vinculada à metade dos casos de melanoma avançado obteve uma redução significativa do tumor em um grande número de pacientes e permitiu prolongar suas vidas, revela um estudo publicado neste domingo pelo The New England Journal of Medicine.
O tratamento experimental do laboratório suíço Roche, por meio de comprimidos chamados PLX4032 (vemurafenib), neutraliza o gene mutante BRAF, presente em aproximadamente metade dos melanomas, um câncer de pele.
Esta terapia impede que o gene produza uma proteína que tem um papel chave no desenvolvimento do câncer, para o qual até hoje não havia um tratamento eficaz.
"Os resultados obtidos a partir de um teste clínico de fase 3 comparando o PLX4032 com a quimioterapia apontam realmente um grande avanço no tratamento do melanoma", disse o Dr. Paul Chapman, do centro de câncer Memorial Sloan-Kettering em Nova York e principal autor do estudo.
A pesquisa foi apresentada na 47ª conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO siglas em inglês), a maior conferência mundial de oncologia, que se realiza neste fim de semana em Chicago.
"Este é o primeiro tratamento eficaz para o melanoma dirigido a pacientes portadores de mutações genéticas específicas no tumor, e poderá ser uma das duas únicas terapias para prolongar a sobrevivência dos pacientes com um melanoma avançado", destaca Chapman.
Participaram da pesquisa 675 pacientes com um melanoma metastásico não atendido anteriormente e portadores de mutações do gene BRAF. A metade dos pacientes foi tratada com o vemurafenib e a outra metade, com quimioterapia convencional, a dacarbazina.
Uma análise dos resultados depois de um período médio de três meses mostrou que o vemurafenib reduziu o risco de morte dos pacientes em 63% em comparação com os que receberam quimioterapia.
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