Quem mora em uma grande metrópole, já deve ter se acostumado à poluição sonora do dia-dia: ônibus, buzinas, aviões, construção... tudo parece agredir os ouvidos.
Embora esses barulhos já estejam incorporados à rotina de quem vive nas cidades, a exposição a fortes ruídos durante um longo período de tempo pode causar danos irreparáveis à audição.
Segundo a fonoaudióloga Marcella Veiga, da Telex Soluções Auditivas, é preciso tomar cuidado para que os ruídos não destruam as células auditivas.
“Barulhos muito intensos, como o de uma turbina de avião, que atinge os 100 dB, por exemplo, podem destruir as células auditivas. Eles causam essa degeneração das células ao longo do tempo, o que pode afetar a audição das pessoas”, explica.
E a especialista alerta: uma vez que as células são danificadas, não há volta. “É uma perda definitiva. Quando as células são degeneradas, elas não se recuperam mais”, diz a especialista. Por isso, a melhor forma de cuidar da audição é através da prevenção.
Marcella explica que, muitas vezes, o tratamento com clientes que são expostos a intensos ruídos diariamente, como operadores de avião, por exemplo, é o repouso auditivo.
“Os otorrinos e fonoaudiólogos recomendam a essas pessoas que, após a exposição, elas evitem serem expostas novamente a barulhos intensos durante um período entre 24 e 48 horas”.
Mas os perigos à audição não estão somente nas cidades. Muitas vezes, como forma de fugir do barulho da rua, as pessoas acabam criando um novo problema e usando, por exemplo, fones de ouvido de aparelhos de mp3.
“Para suprir o barulho da rua, pessoas cada vez mais novas vêm usando o mp3 e outros equipamentos eletrônicos. Como resultado, tenho visto cada vez mais jovens com problemas de audição”, conta Marcella.
Uma conversa normal entre duas pessoas, por exemplo, já atinge a marca de 60dB, enquanto o ruído do metrô pode chegar a 90dB. Segundo a fonoaudióloga, recomenda-se que os ouvidos não sejam expostos a ruídos acima de 80dB.
A tarefa, entretanto, não é fácil. Não há jeito de viver no silêncio, mas para evitar danos à saúde auditiva, Marcella recomenda parcimônia. “A questão não é deixar de ouvir, mas ouvir com moderação”, alerta.
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