Pesquisa realizada pela Pfizer revela que a maioria das mulheres relaciona o estresse à doença e não faz mamografia
Apesar de se considerar bem informada, a maioria das brasileiras se deixa influenciar por mitos e descuida da saúde quando o assunto é câncer de mama. A pesquisa "Câncer de Mama - Experiências e Percepções", realizada pela Pfizer e divulgada na primeira semana do mês, revela que a maioria delas relaciona o estresse à doença e não faz mamografia quando o médico pede. Foram entrevistadas mulheres com tumor e sadias, das classes A e B, em cinco capitais.
A maioria - 87% de portadoras e 61% de sadias - acredita que o estresse é um dos fatores de risco. Quase metade das sadias, 47%, diz que a causa do tumor seria emocional. A doença, na verdade, está relacionada a histórico familiar e maus hábitos de vida, como obesidade e sedentarismo. Por isso, é importante manter alimentação saudável, sem gorduras em excesso, e praticar exercícios.
Além disso, fatores como não ter filhos ou tê-los tardiamente, ficar menstruada pela primeira vez antes dos 11 anos e ter menopausa após os 50 também influenciam no aparecimento desse tumor, diz o coordenador do estudo, o oncologista Sérgio Simon, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo.
A reposição hormonal e o consumo de bebidas alcoólicas também devem ser evitados e a amamentação, estimulada. "O risco básico de se desenvolver câncer de mama é de 12%. Uma em cada oito mulheres vai ter a doença", afirma Simon. Para quem tem histórico familiar, esse porcentual pode subir para 80%. Há um teste que permite descobrir se há mutações genéticas na família. O serviço só é feito na rede particular de saúde. Se for detectada a mutação, há cirurgias preventivas, que conseguem reduzir o risco em até 90%.
Os especialistas afirmam: a detecção precoce é fundamental. Por isso as mamografias anuais são importantes. A pesquisa mostra que 29% das mulheres sadias fazem o exame quando o médico pede. Quem tem histórico familiar deve fazê-lo a partir dos 25 anos. As demais, após os 40. "O diagnóstico precoce é fundamental para as maiores chances de cura. Uma vez encontrado o tumor, é preciso resolver rápido", diz o oncologista Ricardo Caponero, do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, também em São Paulo.
Segundo ele, metade das brasileiras descobrem o câncer em estágios avançados, em que os índices de cura já são menores. No Brasil, as portadoras têm, em média, 59 anos. "Quanto mais precoce é descoberto, menos mutilador é o procedimento. Quem não procura acha mais tarde, e, às vezes, tarde demais."
Há cinco anos, a relações públicas Valéria Baracat, de 48 anos, descobriu que tinha câncer de mama. "Me sinto absolutamente curada. Não parei de trabalhar. O câncer afetou minha mama, não a minha cabeça." Ela termina o tratamento em julho e, no mês passado, criou o site www.artedeviverbem.com.br para ajudar outras pessoas que têm a doença.
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