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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Emílio Ribas capacita jovens com HIV

Evelson de Freitas/AE
Insegurança e medo de errar são sensações comuns a quem se candidata ao primeiro emprego. No caso dos jovens portadores de HIV atendidos pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, a situação não é diferente. Com o objetivo de ajudá-los a ingressar no mercado de trabalho, o hospital firmou uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e passou a oferecer um curso de capacitação profissional a 25 pacientes.

Os alunos têm entre 14 e 24 anos e a maioria adquiriu o vírus logo após o nascimento, contaminados por suas mães no parto ou durante a amamentação. Para eles, ter a oportunidade de se preparar para o mercado de trabalho é mais do que bem-vindo, já que muitos têm de se sustentar.

É o caso de Anderson Correia de Oliveira, de 20 anos, paciente do Emílio Ribas desde os 8 anos. Depois de ter morado com a avó e também ter passado por um abrigo, hoje ele mora sozinho e tem de pagar suas próprias contas.

A diretora de apoio técnico do instituto, Teresinha Gotti, conta que 350 jovens com esse perfil são atendidos no hospital. “Queremos acompanhar a inserção efetiva desse pessoal no mercado de trabalho. Com a grade oferecida, eles terão muito mais segurança para enfrentar uma entrevista e estarão mais bem preparados para a rotina de trabalho”, diz, acrescentando que a maioria dos pacientes tem um projeto de vida – que inclui ingressar em uma universidade e se destacar como profissional – e que os pacientes têm desenvolvido ainda mais esses planos.

Postura
O curso promovido pelo Senac tem a duração de um ano e as aulas ocorrem três vezes por semana em uma sala de aula dentro do próprio Emílio Ribas. As disciplinas incluem informática, empreendedorismo, orientação ambiental, atendimento ao público, entre outros temas. Os alunos também participam de atividades como visitas a museus e outros roteiros culturais.

Para Anderson, as aulas mais interessantes até agora foram as de debate e de postura. “A gente aprendeu que tem que ter postura em uma entrevista de emprego”, exemplifica o rapaz. “Podemos falar sobre as nossas ideias e mostrar o que temos para contribuir se entrarmos na empresa.”

E ele também ressalta como positivo o caráter prático do curso. “É como se você estivesse em uma empresa trabalhando. Fazem dinâmicas para a gente aprender como é trabalhar em grupo”, explica. “Simulam uma entrevista de emprego, simulam situações do trabalho.”

Anderson, que já passou por duas entrevistas de emprego sem ter qualquer preparo para isso, conta que sua atitude teria sido diferente se, na época, já tivesse passado pelas aulas. “As entrevistas foram bem, mas hoje começo a ver que eu não tinha noção de muitas coisas”, reconhece.

O jovem conta que nos dois empregos que já teve – um em uma empresa de manutenção de impressoras e outra em um abrigo – não sofreu nenhuma discriminação por ser HIV positivo. Hoje, o jovem trabalha como voluntário no hospital e planeja fazer uma faculdade de dança.

Para o infectologista David Uip, que dirige o Emílio Ribas, além de o programa auxiliar o jovem economicamente, também deve motivá-lo para a vida. “Vai contribuir principalmente na forma em que ele será inserido na sociedade.”

Fonte Estadão

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