Governo do Estado determinou o recolhimento das peças encontradas e solicitou auxílio do FBI para apurar a importação de lixo hospitalar
O Hospital Regional Belarmino Correia, em Goiana (PE), usa há quatro anos e meio lençóis reaproveitados de quatro hospitais americanos. Após a denúncia, feita pela NETV, da Rede Globo, o governo determinou o recolhimento das peças. E não é apenas lixo hospitalar dos Estados Unidos que está sendo vendido no Brasil. Ontem, policiais militares apreenderam em Ilhéus (BA), 830 quilos de lençóis, fronhas e jalecos com marcas de hospitais e clínicas brasileiras.
Segundo a gestora do Hospital Regional Belarmino Correia, Maria da Conceição Moura, as peças foram compradas por R$ 2 o metro de uma confecção local, que, por sua vez, teria recebido o material de Santa Cruz do Capibaribe (PE). Ontem, mais uma loja localizada nesse município foi interditada por comercializar lixo hospitalar americano.Em Ilhéus, o material hospitalar foi encontrado na loja Agreste Tecidos, depois de uma denúncia anônima. De acordo com os policiais, há marca de sangue em parte das peças, que foram levadas para o centro de zoonoses.
O filho do proprietário e gerente do estabelecimento, cujo nome não foi revelado, prestou depoimento à polícia na noite desta quarta, 19. Disse que compra o material em São Paulo e revende para clínicas da região.
FBI. O governo de Pernambuco solicitou ontem a colaboração da polícia federal dos EUA (FBI) na apuração das denúncias. O pedido do secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, foi feito ao cônsul dos EUA no Nordeste, Usha Pitts. Segundo o secretário, além do FBI, a agência ambiental americana poderá enviar um representante ao País para auxiliar. Anteontem, o governador Eduardo Campos responsabilizou a aduana americana por permitir que o lixo hospitalar deixasse o Porto de Charleston, na Carolina do Sul, com destino ao Brasil.
No início da semana, a Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar as responsabilidades pelo desembarque de contêineres no Porto de Suape com toneladas de lixo hospitalar, que apontam para a prática de crimes de contrabando, ambiental e uso de documento falso.
Bloqueio de bens. Nesta quarta, o Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz do Capibaribe, cidade onde está sediada a empresa supostamente responsável pela importação do lixo hospitalar, entrou na Justiça com uma medida cautelar, pedindo bloqueio do patrimônio do empresário Altair Teixeira de Moura, proprietário da indústria. A intenção é que os recursos garantam o pagamento dos direitos trabalhistas de 26 funcionários da empresa que trabalhavam nos dois galpões que foram interditados.
Fonte Estadão
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