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domingo, 30 de outubro de 2011

Transmissão de cirurgia ao vivo coloca luta contra o câncer diante dos olhos


cirurgia estômago
Médico sul-coreano Woo Jin Hyung reuniu profissionais para
 a transmissão de uma cirurgia contra o câncer de estômago
Médico sul-coreano mostra em São Paulo operação de estômago sem cortes

O médico sul-coreano Woo Jin Hyung reuniu em São Paulo, nesta sexta-feira (28), profissionais de saúde e pesquisadores para a transmissão ao vivo de uma cirurgia contra o câncer de estômago feita em uma paciente em um centro cirúrgico de um hospital na região central da cidade.

No auditório do hospital A. C. Camargo, um telão projetou as imagens do trabalho coordenado por ele direto do centro cirúrgico. Hyung é um dos maiores estudiosos do mundo da cirurgia por vídeo feita em pacientes como esse tipo da doença. A técnica se chama laparoscopia gástrica, ainda é pouco usada no Brasil para cirurgia de câncer de estômago, exige um intenso treinamento médico e é toda baseada nos avanços tecnológicos.

Ao conversar com o R7, Hyung diz que as pessoas que passam por essa cirurgia podem ter uma melhor condição pós-operatória.

- A recuperação depende de cada pessoa, mas em pouco tempo já é possível andar normalmente, beber água e deixar o hospital em um tempo menor do que a cirurgia tradicional, que tem grandes cortes. Tudo isso tem a ver com o avanço da tecnologia, que permite as cirurgias minimamente invasivas feitas com a ajuda de câmeras minúsculas e muito potentes, além de aparelho automáticos de grande precisão.

Em vez de cortes profundos, o paciente é operado por meio de cinco pequenos orifícios - dois abaixo das costelas, dois na linha do umbigo e outro no próprio umbigo - onde as pequenas peças guiadas pelo cirurgião fazem a raspagem do tumor. O trabalho é guiado por uma microcâmera de alta definição que entra pelo umbigo com a ajuda de um tubo flexível.

A paciente que teve sua cirurgia filmada, uma mulher de 63 anos de idade cujo nome não foi divulgado, passou por exames de endoscopia digestiva e tomografia abdominal e foi diagnosticada com câncer de estômago.

Ela é anestesiada e as primeiras imagens que aparecem na transmissão mostram a mulher rodeada pela equipe médica pronta para começar o trabalho.

O médico conversa com seus assistentes com muita calma sobre as etapas de mais uma cirurgia. Até hoje, ele já fez mais de mil desse tipo. A Coreia do Sul, onde vive, é um dos países campeões em casos de câncer de estômago, devido aos costumes alimentares ricos em sal e conservantes.

Em poucos minutos, profissionais de saúde que assistem à transmissão ficam em total silêncio. Duas pinças metálicas movimentadas por Hyung começam a abrir passagem na região abdominal.

Imagens internas da paciente são mostradas na grande tela em alta definição, o que pode não ser um filme muito agradável para quem não está acostumado a visualizar o corpo humano por dentro, porém, muito mais do que aprender os detalhes da técnica, uma grande missão compensa qualquer desconforto inicial.

O objetivo é acabar com um tipo de tumor que, no Brasil, é o sexto mais frequente e geralmente diagnosticado tarde demais.

Felipe José Fernandez Coimbra, diretor do núcleo de abdome do hospital A.C. Camargo, diz que os avanços tecnológicos devem ser cada vez mais incorporados aos tratamentos, mas não se deve esquecer que a prevenção é essencial, pois não há sintomas específicos para a doença. O diagnóstico tardio ainda é um problema no Brasil.

Na Coreia do Sul, por exemplo, um dos exames de admissão no trabalho podem detectar se a pessoa tem o câncer de estômago. Então, o caminho é se prevenir, o que inclui saber se há casos anteriores na família, ter uma alimentação saudável e fazer exames periódicos.

Após aproximadamente três horas de cirurgia, as pinças e a microcâmera deixam o corpo da paciente. A parte do estômago com tumores foi retirada.

A mulher ganha mais esperança para viver livre do câncer. Quem acompanhou a transmissão ao vivo por vídeo tem a sensação de que nunca mais a imagem preta e branca de um exame de raio-X vai mostrar o que realmente se passa dentro do nosso corpo.

A transmissão feita pelo especialista é uma abertura do Simpósio Internacional de Cirurgia Laparoscópica e Procedimentos Intervencionistas em Câncer do Aparelho Digestivo, que acontece entre 4 e 6 de novembro.

Fonte R7

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