Minimamente invasivo, procedimento poderia beneficiar pacientes resistentes a medicamentos
Médicos falam sobre o uso da técnica de denervação renal para tratar a hipertensão resistente no 20º Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão, que ocorre em São Paulo até este domingo. O tratamento surge como esperança para pacientes que não conseguem controlar a hipertensão com medicamentos, definida como pressão arterial persistentemente elevada.
Chamado de denervação renal, o procedimento minimamente invasivo desativa os nervos do sistema simpático, que levam estímulos aos rins e, entre outras funções, controlam a pressão arterial. Assim, toda vez que o volume do sangue aumentar, elevando também a pressão arterial, esses nervos estarão inibidos e os rins eliminarão água e sódio, proporcionando controle da pressão.
A denervação renal utiliza a radiofrequência de baixa intensidade nos nervos do sistema simpático. Por meio de um cateter introduzido em um pequeno corte na virilha, o médico acessa a artéria e chega aos rins para realizar o procedimento.
— Estudos apontam que 84% dos pacientes submetidos ao procedimento têm sucesso na redução da pressão arterial. Além disso, após a denervação renal, reduz a administração de medicamentos contínuos — afirma Luiz Bortolotto, diretor da Unidade de Hipertensão do Incor.
Bortolotto falará sobre a técnica juntamente com Maria Claudia Irigoyen, também do Incor, Markus Schlaich, da Austrália, e Erwin Blessing, da Alemanha.
A Medtronic, detentora da tecnologia, informa que o procedimento é realizado no Brasil apenas para fins de pesquisa, por enquanto. A empresa desenvolve e comercializa tecnologia médica para inúmeras doenças crônicas há 60 anos.
Sobre a hipertensão
De acordo com dados da American Heart Association, a hipertensão arterial afeta cerca de 1,2 bilhão de pessoas. A doença está associada ao risco maior de ataque cardíaco, insuficiência cardíaca, derrames, doença renal e morte. Embora a terapia com medicamentos tenha um papel primário no controle da hipertensão, apenas o uso de fármacos não é eficaz para todos os pacientes: cerca de 50% permanecem com hipertensão não controlada, e aproximadamente 15 a 20% das pessoas são resistentes aos tratamentos medicamentosos.
Fonte Zero Hora
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