Dieta desde a infância
Entre os fatores conhecidos que propiciam o desenvolvimento da arteriosclerose e as doenças conseqüentes a ela estão: a idade, o sexo da pessoa, a hereditariedade, o estilo de vida sedentário, o diabete, o fumo, o uso de alguns medicamentos, as tensões da vida e a dieta.
Alguns destes fatores podem ser alterados ou corrigidos.
O fator dieta é um dos participantes no desenvolvimento da degeneração das artérias. Os cuidados dietéticos são importantes desde os primeiros anos de vida de uma pessoa, pois é na infância que criamos os nossos hábitos alimentares. Cabe aos pais e avós conduzirem as crianças para uma dieta saudável que vai beneficiá-las em anos posteriores.
Criar maus hábitos de alimentação faz com que as crianças se acostumem a comer aquilo que pode prejudicá-las quando adultos.
Todos sabem que as comidas da vovó, os quitutes das festas, as delícias dos restaurantes, tipo comida ligeira, são muito sedutoras para as crianças, que, podendo, comerão sempre o que lhes agrada. Acabarão sendo obesas e propensas a adoecer num futuro mais próximo. Cabe aos responsáveis “segurá-los” nestes impulsos. Se necessário, procurar a ajuda de um médico.
Os pais querem que os filhos sejam saudáveis tanto na infância como na vida futura. Todavia, proibir tudo que seja considerado prejudicial propicia à criança, futuramente, quando puder se comandar e decidir por si, comer tudo que lhe foi proibido na infância. Por isso é necessário manter um equilíbrio. Por exemplo, criança gosta de batata frita, ovo frito e bife. Três alimentos fritos, não recomendados para quem quer evitar a arteriosclerose.
Recomenda-se que alimentos deste tipo sejam permitidos somente em alguns dias, uma vez por semana. Deve-se cuidar para que nos outros dias recebam alimentos tidos como saudáveis. Não se deve proibir tudo, não se deve proibir para sempre, deve-se permitir algumas escapadas para que as crianças não se sintam diferentes ou excluídas. O nunca seria uma crueldade. Proibir que, numa festa, a criança coma o que as outras estão comendo, pode deixá-las frustradas.
Recomenda-se que se induza a criança a imitar os pais e os avós, mais preocupados com as suas artérias e que estão mais vigilantes quanto a manter uma boa alimentação, evitando desvios alimentares.
As crianças são propensas à imitação, é relativamente fácil induzi-las a imitar os adultos. Para conseguir isso é primordial que não se faça comidas especiais para os pequenos. Eles comem com os olhos, se houver doces, frituras, bolinhos fritos, embutidos gordos, etc., à mesa, eles vão querer. Se em vez de um sorvete de creme coberto de nata, houver uma fruta enfeitada ou recortada artisticamente, eles vão comer com o mesmo apetite. Isto será mais fácil de conseguir uma vez que ainda não tenham criado hábitos alimentares não recomendáveis. Portanto, é necessário que, desde pequenos, se lhes incuta hábitos salutares. Podem saber que as coisas ditas boas existem, mas que não estão sempre à disposição, que podem comer disto ou daquilo só em certas ocasiões.
É comum observarmos pais dizendo que se não derem para comer aos filhos aquilo que pedem, ou exigem, vão ficar magros, fracos ou mesmo doentes. Na verdade, esta recusa em comer pode durar um ou dois dias, mas chegará a hora em que a fome vencerá as resistências.
O que é considerado saudável?
Ou qual é a dieta recomendável para evitar as doenças degenerativas conseqüentes a desvios da dieta?
Basicamente, a alimentação humana é constituída de proteínas, gorduras e açúcares. Estes elementos são encontrados em proporções diferentes em quase todos os alimentos, desde frutas, grãos, verduras, carnes, leite, etc. Nesses três grupos básicos, existem os mais saudáveis e os menos saudáveis.
Entre as principais fontes de proteínas, estão o leite e seus derivados, as carnes e os ovos. Recomendam-se os leites desnatados por conterem menos calorias e menos gorduras. Entre os derivados do leite, é preferível escolher os queijos magros, brancos, pois os amarelos e os cremosos geralmente contêm mais gordura.
Entre as carnes, a mais recomendável é a de peixe. As demais, como as de gado, aves e suínos também são indispensáveis como fontes de proteínas, porém, devemos sempre preferir as magras às gordas, evitando, por exemplo, pele de carne de aves.
A outra fonte importante e barata de proteínas está na clara de ovos. A gema de ovos por alguns é condenada; já por outros não.
Existem os que acusam a gema de conter altos teores de colesterol.
As gorduras que se recomendam evitar são aquelas submetidas a altas temperaturas, como acontece durante as frituras.
Aconselham-se as gorduras não saturadas, como o azeite de oliva, granola, girassol, milho ou soja, nesta ordem, segundo alguns autores. Podemos observar que esta seqüência envolve valores pecuniários.
Existem os glicídios ou açucares de diversos tipos, os quais são obtidos em diferentes fontes. Alguns são considerados mais e outros menos prejudiciais. Consideram-se mais prejudiciais os açúcares industrializados, refinados e são mais recomendados os oriundos de frutas e verduras não industrializadas. A principal fonte de glicídios para os seres humanos vem dos grãos, como arroz, trigo, aveia, etc. O amido, por ação da saliva, é transformado em açúcar, por isso sabe-se que o pão, os bolos, as bolachas, as cucas, os biscoitos são basicamente açúcar. Como prova, basta deixar um pedaço de pão ou bolacha, mesmo sendo salgada, durante alguns minutos desmanchando na boca, sem deglutir; podemos observar que, aos poucos, irá ficando cada vez mais doce.
Considerações sobre o colesterol, apontado como o maior inimigo de nossas artérias
Primeiro, é necessário alertar que mais da metade do colesterol no nosso sangue é formado pelo fígado, motivo pelo qual as dietas para baixar o colesterol fracassam para a grande maioria das pessoas.
Em segundo lugar, o colesterol é muito necessário para que uma pessoa seja sadia. Hormônios, membranas celulares, elementos da bile e da pele necessitam do colesterol para a sua formação, portanto, necessitamos ter colesterol no nosso corpo para termos saúde. Os problemas decorrentes de níveis elevados de colesterol podem surgir ou serem agravados se tivermos outros fatores implicados na formação da arteriosclerose.
Dos fatores envolvidos na gênese da arteriosclerose fatores, poderemos mudar ou corrigir alguns, já outros não. Podemos deixar de fumar, corrigir a hipertensão arterial, emagrecer, manter uma atividade física regular, evitar certos medicamentos, corrigir o diabete. Já a idade e o sexo não temos como mudar. Podemos atenuar a influência da hereditariedade, mas o que herdamos de nossos ancestrais está gravado nos nossos gens. Mesmo não tendo como mudar a herança familiar, podemos interferir para que esta não se manifeste em toda a sua potencialidade. O primeiro passo é saber se temos predisposição genética para as doenças degenerativas decorrentes da arteriosclerose. Se a tivermos, devemos atuar com mais energia procurando atenuar os efeitos negativos dos demais fatores de risco envolvidos na gênese desta degeneração das artérias.
A dieta para prevenir estas doenças deve começar na infância visando a retardar ao máximo suas manifestações potenciais. É bem mais fácil evitar do que combater as doenças degenerativas. Se os pais receberem orientação adequada, cedo perceberão a necessidade de prevenir problemas futuros de seus filhos e saberão que, para evitá-los, uma alimentação sadia desde a infância é fundamental.
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