Rio de Janeiro – O Brasil ocupa a terceira posição no ranking
mundial em proporção de cirurgias plásticas por pessoa, com 4,6
procedimentos por mil habitantes – nos Estados Unidos, país líder em números
absolutos, a proporção é 3,5 operações por mil habitantes, com 1,1 milhão de
procedimentos em 2011. No mesmo ano, foram feitas no Brasil 905,1 mil
operações.
O aumento da procura por tais operações no Brasil atingiu 43,9% entre 2008 e
2011, revela pesquisa feita pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica
Estética (Isaps),em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
(SBCP).
Para o coordenador da pesquisa no Brasil, Luis Henrique Ishida, o volume de
cirurgias plásticas per capita no país é significativo, porque mostra o
perfil do brasileiro, “culturalmente mais aberto às cirurgias plásticas,
sobretudo as corpóreas”, devido ao hábito da população de mostrar o corpo na
praia, diferentemente do que ocorre na maioria dos países.
Embora a Itália e a Coreia do Sul ocupem as primeiras colocações em termos de
cirurgias por mil habitantes, com 5,2 e 5,1, respectivamente, Ishida disse que,
proporcionalmente, os dados do Brasil têm mais importância porque, no cômputo
geral, o número de cirurgias plásticas brasileiras representa quase três vezes o
da Itália (316,5 mil) e quase quatro vezes o da Coreia do Sul (258,3 mil).
Para o cirurgião plástico Ishida, que é diretor da SBCP Regional São Paulo, o
aumento do volume de procedimentos no Brasil tem a ver com a mudança econômica
que está ocorrendo no país, que inseriu na chamada classe C mais de 90 milhões
de pessoas, "potenciais consumidores de cirurgias plásticas”.
A cirurgia mais procurada no Brasil é a lipoaspiração. “E é a que dá mais
complicação”, alertou o médico. Indicações errôneas, lipoaspirações excessivas
ou cirurgias feitas por profissionais sem capacitação são situações que podem
oferecer riscos graves aos pacientes, comentou. “A lipoaspiração é,
potencialmente, a cirurgia plástica mais perigosa, apesar de ser a mais feita no
país.”
Em seguida, vêm os implantes mamários, que despertam interesse crescente no
Brasil e no mundo. Apesar dos problemas de contratura capsular ocorridos no país
no ano passado com esse tipo de prótese, houve um aperfeiçoamento técnico dos
implantes, esclareceu Ishida. “Agora elas (próteses) estão muito mais avançadas
e os problemas são menos frequentes”.
Além disso, há uma tendência entre as brasileiras de exibir seios grandes, o
que tem feito aumentar o tamanho das próteses mais procuradas ao longo do tempo.
Há dez anos, a média eram 175 mililitros (ml) e agora passou para 260 ml. “Há
uma mudança social, de moda, que faz com que as pacientes prefiram mamas maiores
hoje em dia.”
A abdominoplastia (para redução da barriga), a correção das pálpebras e a
rinoplastia (cirurgia de nariz) vêm, respectivamente, em terceiro, quarto e
quinto lugares na procura dos pacientes. Em sexto lugar, aparecem os
procedimentos para implante de próteses de glúteos.
A tendência é que aumente a demanda por cirurgias plásticas no Brasil,
estimou o especialista, baseado na expansão das classes emergentes. No final de
maio próximo, durante a Jornada Paulista de Cirurgia Plástica, Ishida iniciará a
revisão da pesquisa, que foi feita em 2012, tendo como referência o ano
anterior.
Fonte Agência Brasil
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