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sábado, 20 de julho de 2013

EUA: Treino de residentes faz ensaio sobre questões de vida ou morte

NYT
Paciente artificial é usado em preparação de médicos residentes
Antes de atuar em hospitais, estudantes de medicina praticam técnicas em pacientes artificiais
 
NYT
 
No primeiro dia do treino, a médica Diane Wayne perguntou à classe de novos residentes do Northwestern Memorial Hospital se alguém estava nervoso. Alguns não levantaram as mãos. “Aqueles que não ergueram as mãos não estão sendo honestos”, disse ela. Então todos levantaram os braços.
           
Não são apenas os novos residentes, agora responsáveis por cuidados de saúde na vida real, que naturalmente sentem alguma ansiedade nesta época do ano. Os pacientes também devem ficar um pouco ariscos. Apesar de contestado por alguns, o chamado “efeito de julho”, quando os novatos chegam ao hospital, faz crescer o número de erros médicos.
 
O treinamento dos “recrutas”, conduzido por Diane, vice-presidente da escolar de Medicina na Northwestern University, consiste em uma sessão de três dias em junho para preparar os residentes para as tarefas que terão a seguir.
 
Na opinião de Diane, é prudente que os novatos pratiquem as técnicas em pacientes artificiais antes de irem trabalhar em quem sangra de verdade. Um estudo publicado em 2011 no Annals of Internal Medicine registrou “aumento da mortalidade e queda da eficiência” quando uma nova equipe de residentes chega aos hospitais.
 
Os 81 residentes do Northwestern são formados em algumas das mais renomadas escolas de medicina dos Estados Unidos. Mas eles se encontram em uma situação pouco familiar. Durante as primeiras horas do treinamento, um deles se perdeu no prédio do hospital.
 
Os dirigentes do Northwestern dizem que seu programa é um dos mais rigorosos do país, exigindo que os residentes sejam aprovados em testes escritos, de procedimentos técnicos e em habilidades de comunicação antes de poderem seguir adiante.
 
Em um caso de vida ou morte, um paciente robótico está na cama da unidade de terapia intensiva sem se mover, com tubos na garganta. O médico Michael Donnan, de 26 anos, foi encarregado de lidar com a crise. “Está difícil”, murmurou ele, parecendo apreensivo ao ponderar sua opções.
 
Aparentemente hesitante, ele apertou uma série de botões enquanto seus colegas acompanhavam seus movimentos, alguns tomando notas. Em alguns momentos, os bipes pararam de soar.
 
“Você o matou”, disse Matthew Nitzberg, chefe dos residentes, que estava assistindo a tudo. Ele explicou que, se fossem feitos certos procedimentos, o paciente teria sido salvo.
 
Mas por mais que os procedimentos médicos sejam complicados, Diane diz que os estudantes tipicamente têm grandes dificuldades com as habilidades de comunicação. No treinamento, em uma sessão chamada “Conversas difíceis”, os residentes precisam falar com um paciente terminal, interpretado por um ator.
 
NYT
Atora interpreta paciente terminal em aula sobre como conversar e dar prognósticos a doentes
 
Suneel Kamath, formado na Columbia University, chegou próximo ao leito do paciente-ator, que lhe disse estar “ansioso para voltar ao trabalho”. O residente precisou explicar que um problema tornou impossível que se continuasse com a quimioterapia e impedia qualquer cirurgia em seu câncer. O paciente teria poucas semanas de vida.
 
“Detesto dar más notícias”, disse o residente. O ator, olhos congelados de medo, ouviu o prognóstico e então falou: “Estou morrendo e desperdicei minha vida”. O médico tentou animar o paciente, dizendo que ele “trabalhou duro a vida toda” e tinha feito seu melhor. O residente então disse que seria bom falar de “tópicos pouco divertidos”, sobre como ele gostaria de ter os cuidados médicos no fim da vida.
 
Ao final, o ator, que fora treinado por especialistas em cuidados paliativos sobre esse tipo de discussão, criticou a forma com que o residente se expressou. Disse que “pouco divertidos” não era um termo apropriado e aconselhou o médico a se focar nos sentimentos do paciente em vez de dizer como ele viveu sua vida.
 
O residente reconheceu que ter a conversa com um paciente terminal, mesmo que apenas um ator, era bem diferente do que aprendeu nos livros. Para os diretores do treinamento, essa lição vai ser muito útil no futuro, quando o médico tiver de falar com uma pessoa que não esteja atuando.
 
Fonte iG

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