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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Três idosos são internados a cada hora em São Paulo devido a lesões causadas por queda

São Paulo – Três idosos são internados por hora em hospitais públicos do estado de São Paulo em decorrência de lesões causadas por quedas, de acordo com levantamento feito pela Secretaria Estadual da Saúde. Segundo os dados, em 2012 houve 27.817 internações de pessoas com 60 anos ou mais em serviços hospitalares do SUS (Sistema Único de Saúde). Do total, 60% das internações foram de mulheres com mais de 60 anos.
 
De acordo com o geriatra e coordenador médico do Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia (IPGG), unidade de saúde instalada na zona leste da capital paulista, Anderson Della Torre, o número é maior em mulheres, pois as idosas tendem a ser mais ativas e possuem menos massa muscular do que os homens. “Normalmente, as mulheres também são mais atingidas pela osteoporose, apesar de a doença também atingir os homens”.
 
Segundo Della Torre, 3,7% dos idosos entre 60 e 69 anos cai uma vez por ano, enquanto essa porcentagem chega a 7% para a faixa de 70 a 79 anos. Já entre os maiores de 89, 27% têm pelo menos uma queda ao ano. “O número de quedas é elevado, por isso há muitas internações. É muito comum que eles sofram lesões ósseas que os levem à imobilidade momentânea ou mesmo à dependência, posteriormente”.
 
Della Torre destacou que o uso de medicamentos e o comportamento dos idosos também podem ser apontados como causadores de quedas. Idosos mais ativos, que tendem a realizar atividades principalmente dentro de casa, possuem maior risco. “Um dos maiores motivos de quedas em idosos é a falta de equilíbrio e a perda de massa muscular, que ocorrem naturalmente com o avanço da idade”, explicou.
 
Por isso, o médico alerta sobre a importância da fisioterapia para fortalecer a musculatura e reforçar o equilíbrio. “Essa intervenção vai gerando confiança na marcha. É preciso gerar confiança, para que o idoso volte a andar com tranquilidade, porque depois de um tombo ele pode desenvolver um medo de quedas e acabar se isolando”.
 
Ao desenvolver o medo de cair, o idoso pode piorar sua situação. “Ele limita sua vida e assim, para de fazer atividade física, porque diminui a massa muscular por falta de exercício. Para de fazer as coisas que fazia, diminui sua exposição à vida social e isso leva à depressão, que muitas vez precisa ser tratada com medicamentos”, disse Dalla Torre.
 
Ele também destacou que as fraturas podem evoluir para doenças mais graves, devido à imobilidade do paciente. Por não levantar da cama, o idoso fica também mais suscetível a doenças crônicas que levam à morte.
 
Para evitar quedas, o médico recomenda atitudes e mudanças simples, como fazer atividades para reforço muscular e equilíbrio; utilizar calçados fechados ou que possam ser presos ao redor dos calcanhares; retirar possíveis obstáculos à circulação, como mesas de centro; colocar os objetos mais utilizados no dia a dia em prateleiras baixas ou em locais de fácil alcance; e tomar cuidados com os tapetes, principalmente no banheiro.
 
Além disso, o médico diz que o idoso, quando sofrer alguma queda, deve procurar um médico imediatamente para investigar qual o motivo do acidente. Em caso de idosos que já enfrentam falta de equilíbrio em grau elevado, é recomendável que sejam instaladas adaptações em casa, como corrimãos, elevação dos vasos sanitários e barras de apoio para sentar e levantar.
 
Agência Brasil

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