Foto: Agência Brasil |
O Brasil tem a
mais alta taxa de cesarianas do mundo: o número de cirurgias aumentou de 37,8%
para 52,3% entre 2000 e 2010. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que
essa taxa seja 15%, tanto na rede pública, quanto na privada.
"O nosso ato é
para apoiar neste local [Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda] todos os
profissionais que lutam para que a mulher seja protagonista do seu trabalho de
parto e, isso faz com que as cesáreas feitas por conveniências médicas não
aconteçam", destacou a funcionária pública Paula Inara, de 38 anos, uma das
coordenadoras do Movimento pela Humanização do Parto.
Segundo a médica
e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Maria do Carmo Leal, o número
de cesarianas está aumentando a cada ano, na contramão do que acontece em países
desenvolvidos, como os na Europa, onde não ocorre a prática indiscriminada de
partos cirúrgicos.
"Nos Estados Unidos, que têm um modelo de atenção um pouco
parecido com o nosso, eram 33% de cesáreas e agora estão com 31%, porque estão
fazendo um imenso esforço para diminuir essa taxa.”
Em março de 2014,
Maria do Carmo lançará a pesquisa Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento,
feita nos últimos três anos em todo o país. O documento vai descrever como é a
assistência ao parto; quais são as intervenções que vêm sendo feitas sobre o
parto vaginal; qual é a aprovação de cesáreas; como a decisão pela cesárea está
sendo feita no Sistema Único de Saúde (SUS) e na rede privada. "É uma pesquisa
muito grande, que também vai contemplar os resultados sobre como o parto é
feito, sobre a mãe e o recém-nascido.”
O Movimento pelo
Parto Humanizado também se solidariza com as mães que perderam quatro bebês de
cesariana no início do ano na Maternidade Maria Amélia e pede que as causas
sejam apuradas rapidamente. O movimento afirma ainda que não é contra as
cesarianas. Apenas considera que elas devem ser feitas quando há indicação clara
e real para mãe ou para o bebê e não de forma indiscriminada, como tem sido
feita no país.
Segundo a
enfermeira obstétrica Mara Libertad, que acompanha partos normais em casa e
trabalha junto ao Movimento pela Humanização do Parto, o que a maternidade faz é
o recomendado pelo Ministério da Saúde como mais adequado para as mulheres em
trabalho de parto. "Ela tem acompanhamento em uma sala individual, com recursos
para o alívio da dor, e direito ao acompanhante, reconhecido por lei.”
Agência Brasil
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