Mesmo com uma intensa publicidade nos meios de comunicação e nos próprios consultórios médicos, muitas pessoas desconhecem os perigos que o consumo excessivo de sal pode causar à saúde. Outro, por sua vez, sabem dos riscos à saúde mas ignoram os alimentos que tem alto valor de sal ou sódio, como os alimentos embutidos — presunto, mortadela e mortadela de frango —, macarrão instantâneo e maionese, por exemplo.
A tabela da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mostra que o queijo parmesão, tão utilizado pelas famílias brasileiras nas macarronadas de fim de semana, lidera os alimentos com maior teor de sal em sua composição. Nesta terça-feira (5), o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação assinaram o quarto acordo para diminuir a quantidade de sal nos produtos que vão à mesa dos brasileiros.
O médico cardiologista Geniberto Paiva Campos, ex-presidente da SBC-DF (Sociedade de Cardiologia do Distrito Federal) e atualmente coordenador do Observatório da Saúde do Distrito Federal disse à Agência Brasil que o sal é o grande responsável por problemas como o infarto, a diabetes e a hipertensão, esta última de difícil diagnóstico que se tornou um problema de saúde pública.
— O excesso de sal é ruim, trás problemas para o coração, para os rins, eleva a pressão arterial e está diretamente ligado as causas de infarto.
Segundo ele, todo esse impacto na saúde do brasileiro torna o consumo excessivo de sal e de sódio um problema de saúde pública e, por isso, torna-se necessária a redução do uso do sódio nos alimentos. Ele reconheceu que a tradição da culinária brasileira é um dos pontos que mais dificultam o processo de convencimento do cidadão. Geniberto citou, por exemplo, o tradicional churrasco gaúcho. Uma forma de driblar a quantidade de sal colocada na carne, segundo ele, é descartar a capa da carne, onde o produto se concentra.
— Agora, vai dizer isso para o gaúcho.
Apesar de o consumo excessivo fazer mal a saúde, o sal é necessário para o corpo humano e, ao mesmo tempo, a redução da quantidade ingerida é facilmente aceita pelo organismo. O segredo é diminuir gradativamente o consumo e não tentar cortá-lo da dieta de uma vez.
A nutricionista e professora da UnB (Universidade de Brasília), Raquel Botelho, deu dicas para controlar o consumo de sal.
— Nós temos que incentivar a população a usar temperos a base de ervas, até mesmo pimentas, porque não contêm sódio.
Outro produto que pode ajudar no processo de redução do consumo de sal é o alho, tempero que é benéfico à saúde que contribui no tratamento de infecções patogênicas e previne doenças como o câncer e problemas cardiovasculares.
A professora explicou que o cidadão tem que tomar cuidado com os temperos industrializados.
— Cada tablete de tempero contém mais de mil miligramas de sódio.
Segundo ela, o brasileiro consome três vezes mais sal do que deveria.
R7
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