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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Dieta restritiva não emagrece a longo prazo e traz riscos, diz especialista

Varejão irá vender por unidade frutas e verduras na Ceasa em Campinas (Foto: Reprodução/ EPTV)
Foto: Reprodução/ EPTV
Mesmo o consumpo de apenas frutas pode causar problemas
 à saúde; ideal é comer todos os grupos de alimentos
Eliminar grupos de alimentos traz série de sintomas, segundo nutricionista. Conheça outros exemplos de dietas radicais que seguem essa ideia
 
Restringir a dieta a um só tipo ou grupo de alimentos pode levar à perda rápida de peso, mas causa complicações à saúde e produz o efeito “sanfona”. É o que comentam especialistas sobre adotar regimes muito restritivos com o objetivo de emagrecer rapidamente, prática muito comum com a chegada do verão.
 
Em entrevista ao Fantástico de domingo, Padre Marcelo Rossi revelou que adotou dieta em que ingeria apenas alface, cebola e hambúrgueres. Os riscos de eliminar completamente a ingestão de carboidratos, segundo a nutricionista Simone Martens, são fraqueza, mal estar e alterações na pressão, que podem levar a taquicardia e alterações de hormônios.
 
“Qualquer dieta que restringe a ingestão energética vai levar à perda de peso. Mas essa não é a maneira correta de emagrecer, especialmente se a pessoa precisa perder grande quantidade e não tem interesse em ganhar novamente”, diz ao G1 Daiana Quintiliano Dourado, nutricionista doutoranda da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Ela explica que a baixa ingestão de energia causa perda de massa muscular e não de gordura, quando o objetivo das dietas deveria ser o contrário.
 
“Não podemos perder massa magra porque ela nos confere o tônus muscular. Você tem mais saúde e mais força para fazer as atividades com a massa muscular preservada”, afirma Daiana.
 
Sintomas típicos da falta de grupos de alimentos nas refeições, segundo a nutricionista, seriam pele ressecada, queda de cabelo, fragilidade nas unhas, mau humor (porque faltam nutrientes importantes para o funcionamento do cérebro), mau hálito, insônia, dores de cabeça e desidratação. “De maneira geral, a alimentação correta deve conter todos os grupos de alimentos. Essas dietas não priorizam a mudança de hábito alimentar, que é você aprender a comer adequadamente para o resto da vida”.
 
Veja abaixo outras dietas radicais que ganharam popularidade, inclusive entre celebridades, e foram motivo de alerta de especialistas para potenciais perigos que representam à saúde:
 
Dukan
Seguida por celebridades como a duquesa de Cambridge Kate Middleton e a cantora Jennifer Lopez, o regime proposto pelo nutricionista francês Pierre Dukan, autor de best-sellers sobre dietas, também privilegia o consumo de proteínas. A proposta é começar pela alimentação exclusiva de carne e, em outras fases, acrescentar o consumo de legumes, frutas e pequenas porções de pães e massas integrais.
 
Bolinhas de algodão
Com muita popularidade nos Estados Unidos, a febre da ingerir bolas de algodão mergulhadas em suco é a mais recente moda entre jovens. A ideia é obter saciedade e perder o apetite para refeições.
 
“Essa prática é a mais absurda. Primeiro que algodão não é um alimento. Naturalmente o nosso organismo não foi preparado para digerir o algodão. Ele chega ao estômago e produz saciedade, mas também existem alimentos que produzem a mesma sensação”, afirma Daiana, que também é mestre em Saúde Pública pela USP. “Existe até um risco de intoxicação por algum produto tóxico que as empresas podem colocar no algodão e que é totalmente permitido em sua fabricação. Também pode levar a uma constipação intestinal e o intestino pode ficar obstruído”, diz.
 
Papinha de bebê
Comer apenas papinhas de bebê industrializadas também chegou a conquistar adeptos do emagrecimento rápido. A dieta é totalmente restrita a esse alimento com a "promessa" de que a pessoa volte a ter um estômago de criança. Mas as proporções de nutrientes não estão de acordo com a recomendada para adultos, como alerta Daiana, e pode haver falta de minerais e vitaminas.
 
“Essa regressão fisiológica (do organismo) não vai acontecer. Por isso as pessoas têm que parar de buscar um milagre e saber que o caminho para perda de peso adequada é comer todos os alimentos de forma controlada. Não devem restringir a um alimento nem consistência.”
 
A mudança da consistência dos alimentos é outro problema da dieta das papinhas. “Nessa você não estimula a mastigação, que é totalmente associada com saciedade e digestão. Quanto mais você mastiga, mais o organismo libera ácidos e enzimas para a digestão do alimento”, afirma a nutricionista.
 
Frutas e vegetais
Steve Jobs, por exemplo, chegou a passar um ano comendo apenas frutas. Para filmar a história do empresário da Apple, o ator Ashton Kutcher seguiu a dieta de Jobs, mas foi parar na emergência de um hospital. "Eu não recomendo essa dieta para ninguém. Eu queria seguir a mesma disciplina com a alimentação que ele seguiu, mas eu tive um problema sério no pâncreas e senti muita dor”, disse o ator em entrevista ao Fantástico, em setembro.
 
Daiana Dourado explica que fruta é um alimento saudável, mas apenas se associado a outros grupos. “Todo mundo deveria comer em média três frutas ao dia. Contudo quando você pega algo que é saudável, mas tira do contexto de todos os alimentos, ela não fica saudável. São saudáveis desde que fazem parte de dieta que inclui carne, cereais, laticínios”, diz.
 
A falta desses grupos de alimentos podem causar muita perda de massa muscular, de micronutrientes e levar à anemia, explica.
 
Jejum
Daiana conta que alguns pacientes chegam para uma consulta se dizendo dispostas a adotar períodos de jejum para perder peso de forma rápida. O regime consiste em escolher dois dias na semana para ficar em jejum absoluto. “Na 'dieta zero' as pessoas utilizam essa ideia em moda agora do 'zero'.  O jejum prolongado vai levar à maior degradação de massa muscular e a pessoa pode ter tontura, cansaço e chegar a desmaiar”, diz.

G1

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