São Paulo – O ministro da saúde, Alexandre Padilha, visitou ontem (12) os
laboratórios da empresa Libbs Farmacêutica, que fabrica exclusivamente para o
Sistema Único de Saúde (SUS) o medicamento Tracolimo, usado para evitar a
rejeição a órgãos transplantados, como rim e fígado. A empresa, que antes usava
alguns insumos importados na produção do remédio, vai começar, ainda este mês, a
produzir o Tracolimo com matéria-prima nacional.
O medicamento, lançado em 2012, beneficia mais de 25 mil pacientes que
receberam transplantes e vão depender do Tracolimo pelo resto da vida. A
fabricação é feita por meio de Parceira para o Desenvolvimento Produtivo (PDP)
com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O acordo prevê a distribuição de 30 milhões de unidades do medicamento por
meio do SUS. “A gente utiliza a capacidade de compras do ministério, ou seja,
aquilo que o ministério pode comprar para ofertar para o SUS, para não só
comprar o produto, mas estimular o desenvolvimento, a inovação tecnológica e a
produção aqui no Brasil”, explicou Padilha.
A produção totalmente brasileira do medicamento vai trazer uma economia de R$
250 milhões aos cofres públicos, em um período de cinco anos, além de outros
benefícios. “Ter que importar um medicamento como o Tracolimo pode levar uma
certa insegurança para os pacientes, porque isso significa ficar dois ou três
meses no transporte. Às vezes, chega aqui no Brasil em condições não adequadas e
a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] não pode permitir a entrega
do medicamento. Então ele tem que retornar. E você não está oferecendo a
possibilidade de gerar empregos de qualidade no país”, disse o ministro.
Os laboratórios públicos Butantan e Bahiafarma também firmaram a Parceira
para o Desenvolvimento Produtivo com a Libbs para a construção de um complexo
que produzirá medicamentos para o tratamento de câncer, artrite reumatoide e
outras doenças autoimunes. O lançamento da pedra fundamental ocorreu hoje, na
cidade de Embu das Artes, na Grande São Paulo.
“Marcamos o início de um plano de R$ 500 milhões para a produção nacional
daquilo que é hoje conhecido como a última fronteira em ciência farmacêutica,
que são os anticorpos monoclonais, produtos para o tratamento de diversos
cânceres e doenças autoimunes de grande relevância econômica e social”, declarou
o presidente executivo da Libbs, Alcebíades de Mendonça Athayde Júnior.
Agência Brasil
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