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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Nova droga pode reduzir em mais da metade risco de câncer de mama

Um estudo britânico com 4 mil mulheres mostrou que o uso da droga anastrozol pode reduzir em mais da metade a probabilidade de desenvolvimento de câncer de mama em pacientes de alto risco.
 
O estudo da Universidade Queen Mary, de Londres, foi publicado na revista Lancet. Além de mais barato, o anastrozol se mostrou mais eficaz e apresentou menos efeitos colaterais que os medicamentos habituais.
 
O estudo dividiu as mulheres em dois grupos, ambos com pacientes consideradas de alto risco (por possuírem histórico de câncer na família).
 
No primeiro grupo, no qual as mulheres não receberam o anastrozol, 85 dentre 2 mil mulheres desenvolveram câncer de mama. Já no segundo grupo, que recebeu o medicamento, apenas 40 entre 20 mil mulheres tiveram câncer. Não houve registro de efeitos colaterais.
 
O estudo mostrou que o anastrozol impede a produção do hormônio estrógeno, substância que tende a impulsionar o crescimento da maioria dos cânceres de mama.
 
O chefe da pesquisa, professor Jack Cuzick, comemorou a descoberta, lembrando que 'o câncer de mama é de longe o mais comum entre as mulheres e agora temos chances de reduzir os casos'.
 
'Esse tipo de droga é mais efetiva que as habituais como o tamoxifeno e, o que é crucial, tem menos efeitos colaterais'.
 
Pós-menopausa
O estudo também concluiu que o anastrozol apenas não consegue impedir a produção de estrógeno nos ovários, o que o faz efetivo apenas se ministrado a mulheres que já passaram pela menopausa.
 
Nesse caso, o medicamento mais indicado seria o tamoxifeno, cujo custo é igualmente baixo, por causa da patente já vencida.
 
Alguns países já disponibilizam o tamoxifeno, além do raloxifeno, como medicamento preventivo. Ambas igualmente bloqueiam a produção de estrógeno. No caso do tamoxifeno, antes e depois da menopausa. O ponto negativo é que ambos também aumentam o risco de câncer de útero e trombose venosa profunda.
 
Rede pública
Médicos e ativistas já começaram a pedir que o medicamento esteja disponível na rede pública de saúde da Grã-Bretanha. Alguns chegam a sugerir que o remédio seja oferecido a mulheres saudáveis.
 
Em 2013, o Instituto Nacional de Saúde e Tratamento de Excelência da Inglaterra e do País de Gales recomendou o uso de tamoxifeno a mulheres de alto risco e com mais de 35 anos.
 
Considerando que a recomendação poder ser estendida ao anastrozol, isso significa que até 240 mil mulheres possam ser beneficiadas na Grã-Bretanha, segundo a ONG Cancer Research UK.
 
Para a professora Montserrat Garcia-Closas, do Institute of Cancer Research de Londres, que conduziu o maior estudo sobre câncer de mama, 'esta é uma descoberta muito significativa e muito importante'.
 
'A questão agora é se a droga vai reduzir a mortalidade e se vai requerer mais estudos. Mas isso já traz importantes evidências de que a droga pode ser uma alternativa ao tamoxifeno', disse.

BBC Brasil/R7

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