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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O que você precisa para mudar de emprego em 2014

Pesquisar é a chave do negócio
Consultores dão dicas de como conseguir uma nova oportunidade no mercado de trabalho e fazer uma transição tranquila
 
Ano novo, vida nova. É esta a resolução de muitas pessoas durante a passagem de um ano para o outro. Com 43% dos brasileiros passando, em média, entre 9 e 11 horas por dia trabalhando, e outros 17% gastando ainda mais de 11 horas diárias no trabalho, de acordo com pesquisa feita em 2011 pela consultoria Regus, uma das maneiras de renovar o modo de vida é mudando a rotina profissional ou até mesmo trocando de emprego.
 
Segundo pesquisa feita neste ano pela Right Management, empresa especialista em gestão de carreiras, de 871 trabalhadores entrevistados nos Estados Unidos e Canadá, 83% demonstraram ter “total intenção de mudar de emprego” em 2014. No entanto, a consultora sênior e gerente da área de carreira da Right Management, Telma Guido, lembra que se a pesquisa fosse realizada no Brasil, o percentual de profissionais querendo trocar de empresa não seria tão alto. “Quando a economia muda para um cenário mais favorável, que é o caso dos EUA hoje, as pessoas ficam mais ávidas em fazer a troca para algo que elas consideram melhor”, comenta.
 
Para a revisora Bárbara Waida, de 27 anos, 2013 trouxe a mudança desejada por muitos. Em outubro deste ano, após um ano e dez meses trabalhando como analista de comunicação em uma consultoria em marketing de relacionamentos de São Paulo, a estudante de Letras conseguiu um novo emprego como revisora júnior em uma empresa especializada em educação corporativa. “Eu queria mudar já há 4 meses. Estava cansada do tipo de trabalho que fazia lá e percebi também que eu fazia muito e ganhava muito abaixo do mercado, então comecei a ficar desmotivada e querendo procurar uma coisa melhor”, conta Bárbara.
 
Durante os meses em que esteve à procura de uma nova oportunidade de trabalho, a revisora cadastrou o seu currículo atualizado em sites de oferta de emprego. Além disso, também usufruiu da sua rede de relacionamentos como ferramenta de busca, mas de forma selecionada, para manter a discrição e por não estar aberta a negociações na companhia para a qual trabalhava. “Contei [que estava procurando emprego] para as pessoas que eram mais próximas e que eu considerava ter uma relação pessoal fora do campo profissional, inclusive para minha ex-chefe, que já não trabalhava mais na empresa em que eu estava”, diz Bárbara, que conseguiu a entrevista que resultou em seu novo trabalho graças à indicação de sua ex-coordenadora.
 
Para a entrevista, Bárbara conta que chegou a realizar uma pesquisa sobre a companhia, mas não muito aprofundada. “Eu não conhecia a empresa até então. Foi um tiro no escuro. Eu dei muita sorte, porque eu estou gostando muito de trabalhar lá”, avalia a revisora.
 
Pesquisar é a chave do negócio
Diferentemente do que aconteceu com a Bárbara Waida, nem todo mundo que realiza a troca de emprego tem uma boa experiência. Para minimizar os riscos de se arrepender, o profissional que deseja trocar de corporação precisa estar atento a uma série de fatores.
 
Para Patrícia Volpi, consultora e sócia da GNext, empresa recrutadora de executivos, o maior erro que as pessoas cometem na busca por uma nova oportunidade é o de não realizar uma boa pesquisa sobre a nova empresa. “A questão não é só você conseguir um emprego ou passar na entrevista, mas sim entender para onde você está indo e o que está indo fazer, qual será sua área de atuação, em que ambiente você está sendo inserido, para onde a empresa está indo. A questão de alinhamento de valores não é só uma teoria, é uma necessidade real”, comenta.
 
Porém, para que a pesquisa seja bem sucedida, é preciso que o profissional entenda os reais motivos de querer deixar a empresa atual. Segundo Patrícia, o trabalhador precisa saber quais necessidades busca para sua carreira e que a empresa atual não entrega, como, por exemplo, ter mais autonomia, ser mais desafiado intelectualmente, poder gerenciar pessoas ou até mesmo uma remuneração maior. Ao chegar a essa conclusão, a pessoa conseguirá ir atrás das oportunidades que realmente lhe interessam, aumentando as chances da troca ser bem sucedida.
 
É recomendável se programar financeiramente antes de trocar
de emprego e ter reservas para pelo menos seis meses
Planejamento financeiro
Uma das maiores preocupações de quem está pensando em mudar de emprego é a questão financeira, principalmente quando o salário do profissional complementa a renda familiar, dificultando a decisão de deixar seu emprego atual e assumir novos desafios. “Financeiramente as pessoas deveriam se preparar sempre, mas em especial quando se faz uma mudança, pelo fato de você não saber se ela será positiva. Sempre existe um risco”, observa Telma Guido.
 
De acordo com a consultora, o mais importante é que exista um consentimento entre os familiares ou dependentes na decisão pela mudança, deixando todos preparados para uma possível queda no padrão de consumo. “Se der certo, todo mundo fica feliz, mas se não der, isso foi anteriormente combinado com as pessoas mais próximas”, diz ela.
 
Além disso, por maior que seja o desejo de sair da empresa atual, é recomendável que o profissional mantenha-se empregado enquanto busca pela nova oportunidade. Ainda que desta maneira o tempo disponível para a procura seja limitado, o impacto da transição na renda familiar será menor do que quando a pessoa deixa o emprego antes de outro em vista. Porém, para quem optar por sair da organização em que está, é aconselhável ter disponível recursos financeiros o suficiente para se manter por, no mínimo, seis meses sem uma nova renda.
 
O famoso “Quem Indica”
Fora as ferramentas mais conhecidas para encontrar as vagas disponíveis no mercado e se fazer visível para possíveis empregadores, como os classificados dos jornais, sites de anúncios de emprego, consultorias e o cadastramento de currículos que algumas companhias têm, a famosa indicação também pode ser uma boa aliada.
 
Normalmente, as empresas valorizam indicações dos próprios funcionários, por acreditarem que eles já conhecem a cultura da organização e sabem o que elas buscam em um colaborador. Manter a rede de relacionamentos informada de sua decisão de mudar de emprego aumenta as chances do profissional de ser indicado por um conhecido, como no caso da revisora Bárbara Waida.
 
Porém, a pessoa precisa manter a discrição e não expor para todos o desejo de deixar a companhia atual, para não ser mal interpretada pelos chefes. “Você não vai falar com todo mundo, vai falar só com quem acredita que possa lhe ajudar e mantenha confidencialidade da sua busca”, aconselha a consultora Telma Guido.
 
Dependendo da cultura da empresa atual e da relação que mantém com seus líderes, caso o profissional se sinta seguro, ele pode conversar sobre o seu desejo de buscar novos desafios em outra organização. “Isso mostra sua maturidade, ética e integridade como profissional. Além disso, às vezes existe uma oportunidade dentro da própria empresa, ou eles mesmos podem ser a sua recomendação para seu novo trabalho”, comenta Patrícia Volpi.
 
Saia com elegância
Mesmo após localizar uma nova oportunidade e optar por deixar o emprego, é importante que o profissional tenha respeito à organização anterior e notifique a empresa sobre sua saída, deixando claro quais foram as razões que o motivaram a sair. Foi o que a estudante Bárbara Waida fez quando marcou uma conversa com sua ex-coordenadora. “Eu expliquei para ela que para minha carreira seria melhor e que o cargo que eu teria na nova empresa era mais condizente com o que eu queria para o meu futuro. Ela ficou um pouco chocada, não estava esperando, mas entendeu”, conta a revisora.
 
Também é aconselhável que o funcionário avise com o máximo de antecedência possível, para que haja tempo o suficiente para encontrar alguém capaz de ocupar a sua vaga e para passar as suas responsabilidades para o sucessor. “Com isso, você está cuidado da sua reputação, da sua imagem como profissional sério que você é ou deveria ser”, recomenda Telma Guido.
 
Para Patrícia Volpi, esta atitude também mostra que a pessoa entende a responsabilidade daquilo que ela fazia na empresa. “A sua saída também tem um impacto dentro da empresa, então é importante você conversar com aqueles que estão apostando em você”, avalia.
 
Mudar de área requer ainda mais dedicação
Para quem projeta não apenas trocar de emprego em 2014, mas também mudar a sua área de atuação, as dificuldades a serem superadas são ainda maiores. Para começar, é preciso ter certeza de que a nova área é realmente a de interesse do profissional.
 
Segundo o consultor organizacional e sócio da Alliance Coaching, Silvio Celestino, a pessoa precisa ser capaz de responder a três questões antes de decidir mudar de área: 1 - Quais são os ambientes que você vai frequentar? 2 - Quais são as pessoas que você vai encontrar por estar dentro dessa área? 3 – Quais são os assuntos que você vai lidar com essas pessoas dentro desses ambientes? “Se você consegue se ver em um filme que tenha esses elementos e isso lhe dá muita energia e seria capaz de passar um tempo indeterminado fazendo isso, você chegou na área que deseja”, comenta ele.
 
No entanto, como a mudança é brusca, todo o planejamento precisa ser redobrado para que o impacto da transição seja o menor possível. “Você precisa criar toda uma nova rede de relacionamentos nessa nova área. Isso exige que você abandone o seu networking atual. Outro aspecto é que você sai de uma área em que é considerado um profissional sênior e na nova será considerado um iniciante. Até recuperar toda a sua renda, demorará cinco anos em média”, observa Celestino.
 
Além disso, o consultor lembra que nem todas as empresas valorizam os profissionais que optam por trocar completamente de campo de atuação. “Nós sabemos que temos nossos hobbies, nossos estudos paralelos e que podemos fazer muito mais do que está no nosso currículo, mas, infelizmente, as empresas ainda não estão preparadas para enxergar a sua aptidão fora da sua área de formação”, diz ele.
 
Optar por fazer um curso de especialização na nova área, como uma pós-graduação ou um MBA, pode ser uma boa solução para ser mais valorizado pelas organizações. “Se você for fazer uma nova faculdade, vai estudar com pessoas que também não estão na área e não têm muito como lhe ajudar.  Por outro lado, se fizer uma pós-graduação, além de aprender a nova área, do seu lado estará sentado um cara que já trabalha na área e, quem sabe, tem um bom networking e pode vir a oferecer uma oportunidade para você", recomenda Celestino.
 
Apesar de todas as dificuldades, mudar de área não é impossível. A pessoa deve se lembrar que a insatisfação em relação ao seu atual emprego afeta não só o seu desempenho profissional, mas também o pessoal. Portanto, buscar trabalhar na área que realmente gosta e em uma empresa cuja cultura é alinhada com seus valores pessoais é sempre recomendável.

iG

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