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domingo, 12 de janeiro de 2014

Cientistas criam "cola" capaz de estancar sangramento no coração

Pesquisadores dos Estados Unidos criam produto capaz de estancar sangramento no tecido cardíaco sem a necessidade de uma posterior sutura. Testes com ratos e porcos tiveram resultados promissores
 
pesquisadores do Hospital Infantil de Boston, ligado à Escola de Medicina de Harvard, e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). O produto foi desenvolvido com foco nas crianças que nascem, por exemplo, com defeitos congênitos, situação em que o frágil tecido cardíaco talvez não seja capaz de suportar intervenções altamente invasivas.         


Uma cola biodegradável pode ser capaz de interromper o sangramento de corações doentes, prometem pesquisadores do Hospital Infantil de Boston, ligado à Escola de Medicina de Harvard, e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). O produto foi desenvolvido com foco nas crianças que nascem, por
 
É possível, no entanto, que, no futuro, o material também possa ser utilizado para outros públicos e situações diversas que demandem o estancamento urgente do sangue, como nos campos de guerra. O diferencial da supercola de Harvard, garantem os criadores, é a alta capacidade de aderência e não toxicidade, quando comparada aos modelos disponíveis no mercado.

“Cerca de 40 mil bebês nascem com defeitos cardíacos congênitos nos Estados Unidos anualmente e aqueles que necessitam de tratamento sofrem com múltiplas cirurgias para entregar ou substituir os implantes não degradáveis que não crescem com pacientes jovens”, conta Jeffrey Karp, da Divisão de Engenharia Biomédica do Hospital Infantil de Boston e autor do artigo publicado, nesta semana, na revista científica Science Translational Medicine.
 
Para testar o gel, nomeado de adesivo hidrófobo ativado por luz (HLAA, em inglês), os autores, inicialmente, usaram camundongos e perceberam que o material, que tem o processo de adesão catalisado por raios ultravioleta, poderia ser usado para conectar um “remendo” de polímeros ao coração e que, sozinho, poderia selar defeitos na parede cardíaca, mesmo efeito das suturas.

Em seguida, eles transferiram os testes para porcos, animais cujo coração bate em taxas similares ao dos humanos — o dos ratos tem batimento muito mais elevado. A eficiência da supercola foi mais uma vez confirmada. Além disso, foi observado que o adesivo se manteve no mesmo lugar mesmo com o aumento dos batimentos, quando adrenalina foi injetada nas cobaias. “O HLAA sozinho foi capaz de fechar imediatamente até defeitos na artéria carótida de suínos sem quaisquer complicações hemorrágicas”, garantem os pesquisadores.

O maior problema enfrentado hoje para a aplicação na cirurgia cardiovascular de colas biológicas é a falta de aderência. O campo operatório está normalmente inundado com sangue e existe uma alta pressão nas cavidades.
 
“Para usar os produtos disponíveis, não pode haver sangue no campo operatório e isso é algo extremamente difícil de conseguir. São colas que não têm uma capacidade de aderência muito forte”, descreve Robson Poffo, cirurgião cardiovascular do Hospital Albert Einstein.
 
Correio Braziliense

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