Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Combinação de chocolate com morango atua contra o diabetes

Combinação de chocolate com morango atua contra o diabetes Daniela Xu/Agencia RBS
Foto: Daniela Xu / Agencia RBS
A mistura é rica em flavonoides, compostos ligados à coloração de frutas e vegetais e capazes de reduzir os níveis de glicose no sangue
 
Com doçura, é possível prevenir o diabetes 2. Pesquisadores ingleses encontraram no chocolate substâncias naturais que regulam a quantidade de açúcar no sangue — um desequilíbrio nesse processo caracteriza a doença crônica que, só no Brasil, afeta mais de 12 milhões de pessoas. Muitos outros alimentos têm essa capacidade, indica o estudo publicado no Journal of Nutrition. O segredo está nos flavonoides, moléculas que conferem cor a frutas e vegetais e são ingeridas quando se consomem delícias como cacau, morango, vinho e frutas vermelhas.
 
Desde a década de 1930, quando o fisiologista e Nobel da medicina Albert Szent-Gyorgyi descobriu esses compostos, já se constataram inúmeros benefícios nos mais de 6 mil flavonoides existentes nos alimentos. Eles fazem bem ao coração, previnem Parkinson, lutam contra o câncer, combatem a obesidade, reduzem o estresse, entre outros. Isso tudo graças aos poderes antioxidantes, que evitam inflamações e danos celulares provocados pelos radicais livres.
 
De acordo com Aedin Cassidy, pesquisadora da Universidade de East Anglia e principal autora do artigo, há tempos desconfiava-se que alguns tipos de flavonoides poderiam também evitar a resistência à insulina — a propriedade benéfica já havia sido, inclusive, constatada em tubos de ensaio. Agora, um estudo de larga escala realizado na Inglaterra confirmou a tese. A pesquisa incluiu dados de 2 mil mulheres, com idade entre 18 e 76 anos e voluntárias do projeto TwinsUK Registry, que reúne informações sobre saúde de gêmeos para investigações a respeito de doenças crônicas e genéticas.
 
Vermelho e azul na dieta indicam mais benefícios para a saúde
As participantes completaram um questionário de 131 itens, fornecendo informações detalhadas sobre os hábitos alimentares. A partir das respostas, os cientistas estabeleceram os tipos mais comuns de flavonoides que elas consumiam e em quais quantidades. As mulheres também fizeram exames de resistência à insulina. A comparação de dados mostrou que as que consumiam mais de quatro porções ricas em um tipo específico de flavonoides apresentavam concentrações 20 vezes menores de glicose no sangue do que aquelas cuja dieta não incluía alimentos ricos nessas substâncias.
 
A classe de composto mais benéfica no combate ao diabetes 2 foi a das antocianinas, corante responsável pelos tons vermelhos e azuis de vegetais como berinjela, feijão preto, uva, gojiberry, cereja, ameixa, mirtilo, morango e framboesa.
 
Outro alimento rico em antocianina é o cacau do tipo forasteiro, encontrado no chocolate amargo.
 
Inflamações
A associação entre o flavonoide e a prevenção de diabetes não se limitou a comparações e estatísticas. Os cientistas também retiraram amostra de sangue das voluntárias e descobriram que, entre aquelas que consumiam frequente e abundantemente vegetais com antocianina, a quantidade de biomarcadores inflamatórios envolvidos na regulação da glicose e da insulina era menor.
 
— Juntas, as descobertas fornecem evidências fortes de que as antocianinas são substâncias que podem prevenir o risco de diabetes 2 — observa Cassidy.
 
Ela destaca que, pelo fato de processos inflamatórios em nível celular estarem por trás de todas as doenças crônicas, como câncer e problemas cardiovasculares, a ingestão dos compostos naturais também pode evitar o surgimento desses males.
 
— São resultados de grande importância para a saúde pública porque, para alcançá-los, não é preciso muita coisa, basta incluir esses alimentos na dieta — avalia Tim Spector, pesquisador do King's College de Londres e colaborador do estudo.
 
Correio Braziliense

Nenhum comentário:

Postar um comentário