Caracterizada pela baixa densidade da massa óssea e deterioração do tecido dos ossos, a osteoporose deixa os ossos mais frágeis, facilitando fraturas.
Quem convive com a doença deve tomar certos cuidados, desde a alimentação até a prática de exercícios físicos para evitar quedas, dores nas articulações e a própria evolução da doença.
Conversamos com especialistas e temos as dicas para os pacientes com osteoporose caminharem sem medo.
Confira:
Se a manutenção do peso é benéfica como um todo, para pessoas com osteoporose ela é a ainda mais importante. E não é só a obesidade que atrapalha a vida do paciente, não - aqueles que estão muito abaixo do peso também correm riscos. "Os pacientes acima do peso têm dificuldade de realizar exercícios e tendência a desenvolver outros problemas, como hipertensão arterial e diabetes, além de geralmente manterem uma alimentação inadequada, sem o aporte nutricional que a osteoporose pede", explica o ortopedista Roberto Santin, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. "Ao passo que os de peso muito baixo têm, em geral, deficiência alimentar por pouca ou má ingestão de nutrientes", completa. Inclusive, os mais magros são mais atingidos com a osteoporose, justamente porque a gordura periférica ? em menor quantidade naqueles abaixo do peso - ajuda a manter o aporte de cálcio, deixando os ossos mais fortalecidos. "Uma das explicações para isso seria o fato de que um paciente muito acima do peso se fraturaria mais facilmente ao se levantar pra caminhar, então a natureza dá a essas pessoas uma força extra para poder aguentar o seu próprio peso", explica o ortopedista Weldson Muniz, do Hospital Santa Luzia, em Brasília. No entanto, uma vez com osteoporose, o excesso de peso pode causar um esforço muito grande das articulações, favorecendo dores e quedas.
A atividade física é fundamental para os pacientes com osteoporose. "Além de aumentar o aporte de cálcio ao osso, o exercício ajuda no equilíbrio para evitar quedas", diz o ortopedista Weldson. Praticar exercícios também ajuda a manter a densidade óssea à medida que envelhecemos, diminui a dor nas articulações e ainda por cima elimina os quilos que por ventura estiverem sobrando e forçando as articulações. Exercícios de fortalecimento e flexibilidade, bem como atividades aeróbicas, são as mais indicadas para os portadores de osteoporose. Os primeiros ajudam a manter a densidade óssea e fortalecer as articulações, já os exercícios de flexibilidade, como alongamento e ioga, além de beneficiar as articulações também ajudam a preservar a amplitude do movimento. Por fim, as atividades aeróbicas podem ajudar a construir ossos e manter as articulações saudáveis, bem como fortalecer os músculos, coração e pulmões. Segundo o ortopedista Weldson, hoje em dia muitas das academias já dispõem de sistemas de treino de equilíbrio. "Devemos lembrar, no entanto, que todos os pacientes devem ser avaliados para poder executar os exercícios corretos e na época adequada, especialmente os idosos", acrescenta o ortopedista Roberto.
A osteoporose está intimamente ligada à alimentação. Se você não está ingerindo os nutrientes na quantidade certa, o seu corpo está em risco. Os nutrientes mais importantes na luta da osteoporose são o cálcio e a vitamina D. "O primeiro é essencial para a formação dos ossos, enquanto o segundo é quem permite que o cálcio seja absorvido e atue na formação da matriz óssea", explica a nutricionista Priscila. Os dois andam sempre de mãos dadas: se você ingerir muito cálcio, mas não tiver vitamina D, de nada adianta, pois não será absorvido. O mesmo vale para quem ingere muita vitamina D, mas não tem a quantidade de cálcio suficiente para ser absorvida. A recomendação diária de cálcio para adultos varia entre 1.000mg e 1.200mg, enquanto a vitamina D tem sua dose de 800 a 1.200 UI por dia. Boas fontes de cálcio são leite e seus derivados, bem como vegetais verdes escuros e produtos fortificados. Quanto a vitamina D, a melhor forma de obtê-la é se expondo ao sol. "É indicado no mínimo 30 minutos de sol por dia, lembrando que deve ser o sol da manhã ou o do final do dia", diz Priscila.
O cigarro é atualmente considerado não só um fator de risco, como um agravante da osteoporose, e como tal deve ser abandonado. Isso acontece porque a fumaça tóxica do cigarro, quando chega à corrente sanguínea, interfere no funcionamento das células osteoblásticas - uma das responsáveis por construir e reparar a matriz óssea. E nunca é tarde para largar o vício, pois ao parar de fumar, o risco de baixa densidade óssea e fraturas tende a se reduzir com o passar do tempo. "Todo fumante deveria ter consciência do grande mal que o cigarro causa", diz o ortopedista Roberto.
O consumo excessivo de bebida alcoólica diminui as reservas de cálcio e, como consequência, faz com que os ossos fiquem mais fracos. "Alguns estudos mostram que o aumento de álcool no dia a dia acarreta no aumento dos níveis do paratormônio, que é um hormônio responsável por equilibrar a quantidade de cálcio nos ossos", afirma a nutricionista Priscila Ceseke, do Hospital Santa Luzia, em Brasília. O álcool em excesso também interfere na absorção de cálcio e vitamina D pelo pâncreas, ambos nutrientes essenciais para os ossos.
As mudanças para uma casa segura são muito importantes para evitar quedas no paciente com osteoporose. "Evitar tapetes soltos, sapatos de salto deslizante e pisos derrapantes em áreas como banheiro e cozinhas é fundamental para quem tem a doença", ressalta Roberto Santin. A colocação de apoio com barras fixas nas paredes ajuda na movimentação dentro de casa. "Prender ao solo móveis que podem escorregar é outro artifício eficiente." É importante também manter todos os objetos dentro do campo de visão, principalmente entre os mais idosos, pois eles apresentam uma redução do seu campo visual, e por isso objetos deixados em qualquer lugar são potencialmente perigosos.
No geral, todos os pacientes com osteoporose precisarão ingerir algum tipo de medicação no decorrer da doença. "A receita dependerá de fatores como o grau de porose do osso e resposta ao tratamento", diz Weldson Muniz. Medicamentos à base de calcitocina e a reposição hormonal são alguns dos tratamentos que podem ser necessários. No entanto, não esqueça que toda a medicação deve ser receitada e acompanhada por um profissional especializado, bem como a necessidade de cessá-la.
É muito comum a pessoa com osteoporose precisar tomar suplementos de cálcio e vitamina D - que geralmente são combinados em um só produto. Entretanto, alguns pacientes precisarão da suplementação apenas de um dos nutrientes, e as quantidades também variam conforme o quadro. "Se você é diagnosticado com osteoporose, é importante para obter quantidade suficiente de cálcio e vitamina D e tomar os suplementos prescritos para a doença, pois eles garantem que você está absorvendo as quantidades nutricionais necessárias", lembra a nutricionista Priscila.
O exame de densitometria óssea é usado para medir a densidade de nossos ossos, ou a massa óssea. "Ele usa um aparelho especial de raio-x, e é o melhor exame para controlar a evolução da osteoporose e de seu tratamento", explica o ortopedista Roberto. O controle com o exame geralmente é anual, mas a frequência pode mudar conforme orientação. "A densitometria avalia o grau da osteoporose e acusa a probabilidade de fraturas", lembra o ortopedista Weldson.
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