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quinta-feira, 6 de março de 2014

Médicos esperam ter novo caso de bebê curado de HIV após nascimento

A virologista Deborah Persaud, da Johns Hopkins (Foto: AP Photo/Johns Hopkins Medicine)
Foto: AP Photo/Johns Hopkins Medicine
A virologista Deborah Persaud, da Johns Hopkins
Em conferência, especialistas relataram tratamento precoce em menina. Testes indicam que ela pode ter eliminado o vírus da Aids
 
Um novo caso de um bebê que nasceu com o vírus da Aids e pode ter sido curado por  tratamento rápido - 4 horas após o nascimento – foi apresentado numa conferência em Boston, nos EUA.
 
A menina nasceu num subúrbio de Los Angeles em abril passado, um mês depois de pesquisadores anunciarem o primeiro caso similar conhecido, que ocorreu no Mississippi. Essa criança atualmente tem 3 anos e meio, e há dois está sem tratamento algum, e sem apresentar o HIV.
 
O caso levou os médicos em todo o mundo a repensar o quão rápido e se deve tratar crianças nascidas com HIV, e os médicos da Califórnia seguiram esse exemplo. O bebê de Los Angeles ainda está recebendo medicamentos, de modo que o estado de sua infecção não é tão claro. Uma série de testes sofisticados sugere que eliminou completamente o vírus, disse Deborah Persaud, médica da Universidade Johns Hopkins , que liderou o teste e também esteve envolvida no caso de Mississippi.
 
Os sinais do bebê são diferentes dos que os médicos veem em pacientes cujas infecções são meramente suprimidas por um tratamento bem sucedido, disse ela. "Não sabemos se está em remissão ... mas parece que sim", disse Yvonne Bryson, especialista em doenças infecciosas da Universidade da Califórnia, que também participou do tratamento do bebê.
 
Cautela
Os médicos são cautelosos sobre se a menina foi mesmo curada. Mas é, obviamente, a nossa esperança ", disse Bryson. A maioria das mães infectadas pelo HIV nos EUA começa a tomar medicamentos durante a gravidez, o que reduz muito as chances de passar o vírus para seus bebês.
 
A mãe do bebê do Mississippi não recebeu nenhum cuidado pré-natal e sua condição de sorpositiva foi descoberta durante o parto. Os médicos começaram o tratamento da criança 30 horas após o nascimento, mesmo antes de os testes poderem determinar se ela estava infectada.
 
A mãe do bebê que nasceu em Los Angeles não estava tomando medicamentos para o HIV. Ela recebeu os remédios durante o trabalho de parto para tentar impedir a transmissão do vírus e o bebê passou a tomá-los algumas horas após o nascimento. Testes mais tarde confirmaram que a criança tinha sido infectada, mas não parece mais estar, quase um ano depois. Ela segue o tratamento no orfanato onde vive.
 
Bryson é uma das líderes de um estudo financiado pelo governo americano que pretende determinar se o tratamento precoce pode curar a infecção pelo HIV. Cerca de 60 bebês nos EUA e outros países terão tratamento muito agressivo com medicamentos, que vai ser suspenso se os testes durante um longo tempo, talvez dois anos, não indicarem infecção ativa. Depois elas serão seguidas de perto para acompanhamento da evolução da doença.

G1

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