Foto: Divulgação O mosquito Aedes aegypti transmite a dengue e a febre chikungunya |
A mulher morreu enquanto fazia tratamento em um hospital de Campinas. Segundo o relatório médico da paciente, o vírus da dengue se alojou no coração causando uma miocardite aguda (inflamação no coração).
A causa da morte foi confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz que emitiu o laudo essa semana. Segundo o médico que atendeu a paciente, Luciano Tarela, da Unidade Coronária do Hospital Samaritano, no mundo, havia apenas dois outros casos na Ásia como esse relatado.
Segundo a família da dona de casa, ela não tinha histórico de doença cardíaca. A mulher morava no bairro Jardim Belo Horizonte com o marido e dois filhos. O comerciante e filho da vítima, Márcio Roberto dos Santos, de 36 anos, contou que a mãe passou a sentir os sintomas da doença no dia 31 de março, uma segunda-feira.
"Estava com muita dor no corpo fomos até o hospital Samaritano de Americana. O médico atendeu e desconfiou que ela pudesse estar com dengue. Colheu sangue e pediu para retornar em dois dias."
Quando voltou houve a confirmação da doença. "Receitou remédio e mandou pra casa para descansar. Já no dia 5 de abril, que deveria ser o final do ciclo, estávamos em uma festa e ela passou a sentir muito frio. Até aquele momento ela não tinha febre, mas começou a ter" .
O filho explicou que no domingo Dirce estava bem, porém por volta das 18h desmaiou e ao acordar começou a vomitar. "Voltamos para o hospital com ela. O médico disse que era normal da doença, que era o final do ciclo. Só que minha mãe se negou a voltar e disse que estava com dor no peito."
No hospital foi feito eletro, mas o médico não conseguiu detectar nenhum problema. "Mas ele sabia que havia algo e achou que minha mãe tinha sofrido um enfarte. Com isso fomos encaminhados para o Samaritano de Campinas onde havia mais equipamentos. Em Campinas ela passou por exames que constataram que ela não tinha enfartado, mas que estava com um inflamação no miocárdio.
Ele ainda afirmava que não sabia como ela tinha surgido. Ela entrou para a UTI e nunca mais saiu", afirmou Santos.
Depois de internar a mulher morreu em 12h. "Foi uma loucura porque o médico disse que o problema crescia absurdamente rápido e era muito difícil controlar. Uma hora antes dela morrer eles pediram pra gente entrar porque ela estava quase morrendo. Meu pai ainda conversou com ela, mas ela já estava fraca", lembrou.
A mulher morreu na segunda-feira, dia 7 de abril. "Foi tudo muito rápido até o médico ficou surpreso. Ele chegou a comentar que poderia ser a complicação de dengue, mas disse que teria que esperar o laudo. O resultado do instituto acabou comprovando o problema. É um caso raríssimo, terceiro no mundo", disse.
Até 2012, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, no Brasil foram registrados não mais que 50 casos relatados, e não houve mortes. O infectologista da Unicamp, Francisco Aoki, afirmou que casos do tipo são raros.
Critica
A família da vítima afirmou que
apesar do caso grave nenhum departamento da Prefeitura de Santa Bárbara foi até
o bairro atrás de focos da dengue. "Até agora ninguém fez mapeamento no bairro.
Estão ignorando o caso o que é um absurdo e uma irresponsabilidade" ,
afirmou.
A reportagem entrou em contato com o Hospital Samaritano de Campinas que confirmou o caso, mas nenhum médico comentou o assunto.
A Prefeitura de Santa Bárbara afirmou por meio de nota que a região onde a vítima morava recebeu os serviços de visita casa a casa e busca ativa de casos suspeitos dos Agentes de Controle de Endemias no início do mês de abril. A nota ainda afirma que todas as medidas possíveis foram e estão sendo tomadas no sentido de prevenir e diagnosticar com precocidade os casos de dengue.
iG Paulista
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