Caren Paterson teve ambições 'tolhidas' por demora no atendimento |
Justiça britânica obrigou o serviço de emergência de Londres a
indenizar em 5 milhões de libras esterlinas (R$ 19,2 milhões) uma mulher
que ficou com sequelas cerebrais sérias após esperar mais de uma hora e
meia pela ambulância.
A cientista Caren Paterson, de 36 anos, desmaiou em seu apartamento no
bairro de Islington em 2007. Seu namorado acionou o serviço de
emergência da capital britânica (discando 999). Mas, por engano, o
endereço dela, em Islington, um bairro de classe média no norte de
Londres, estava incluído na lista das áreas de 'alto risco' da capital.
Seguindo o procedimento padrão, os paramédicos estacionaram a
ambulância a 100 metros de distância do apartamento e ficaram à espera
de uma escolta policial para os levar à casa de Paterson.
Sem policiais disponíveis imediatamente para a missão, a mulher esperou
cerca de cem minutos até a chegada de paramédicos. O namorado ainda
ligou outras duas vezes para a emergência, mas os médicos não quiseram
entrar no apartamento.
Paterson acabou tendo uma parada cardíaca minutos antes de a equipe chegar.
A cientista, que trabalhava com pesquisas genéticas no respeitado
King's College, em Londres, ficou com dano cerebral permanente, sofrerá
de amnésia crônica e desorientação e precisará de assistência 24 horas
por dia para o resto da vida, e nunca mais voltará a trabalhar.
"Minha filha era uma cientista bem-sucedida e cheia de ambições. É
angustiante pensar que todas as suas aspirações e ambições foram
tolhidas por causa desse dano cerebral", disse a mãe de Paterson,
Eleanor.
"Pensar em paramédicos esperando dentro de uma ambulância na esquina,
enquanto minha filha estava desmaiada com a vida dela em risco, o que
causou dano irreparável no cérebro dela, ainda é um choque. Espero que
ninguém tenha de passar pelo que passamos."
A Justiça britânica condenou o serviço de emergência de Londres a
indenizar a cientista em 1,4 milhão de libras (R$ 5,4 milhões), mais
pagamentos vitalícios anuais que elevarão a conta a 5 milhões de libras.
Um porta-voz do serviço expressou suas 'sinceras desculpas' pelo erro e
disse esperar que o dinheiro possa suprir as necessidades de Paterson
agora o no futuro.
G1
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