Uma das principais recomendações para quem quer emagrecer é eliminar
o consumo de bebidas alcoólicas, já que o álcool engorda e é
considerado uma caloria vazia, por não trazer nenhum benefício para o
corpo
Mas um estudo encomendado pela organização inglesa Slimming World
revelou que uma noite de bebedeira também interfere na escolha de um
cardápio rico em alimentos gordurosos e calóricos no dia seguinte.
Pelas contas dos pesquisadores, as calorias extras ingeridas no dia
seguinte, bem como a falta de disposição para praticar qualquer
atividade física, podem acrescentar 900 gramas a mais por semana na
balança.
De acordo com Pedro Assed, pesquisador do Grupo de
Obesidade e Transtornos Alimentares (Gota) da PUC-Rio, o aumento do
consumo de calorias extras é inevitável, pois o corpo está desidratado e
é comum alguns sintomas como náuseas, dores de cabeça e fome.
"Nessas situações de estresse pós-alcoólico, nosso cérebro recebe
sinais neuronais complexos que são mediados por vários
neurotransmissores e indicam a necessidade de aumentar a sede e a fome
para contrabalancear a perda de sais minerais e nutrientes na bebedeira
da noite anterior", explica Assed.
Os responsáveis pelo estudo,
realizado com 2.042 pessoas, estimam que beber em excesso uma vez por
semana pode somar mais de 10 quilos na balança em um ano.
O
consumo extra de 6.300 calorias nas 24 horas após a bebedeira é
dividido. Durante a noite, só em comida, os participantes do estudo
consumiram, em média, 2.829 calorias extras e mais 1.476 calorias em
bebidas. Na manhã do dia seguinte, mais comidas calóricas no cardápio,
2.051 calorias extras consumidas.
Das 2.042 pessoas acompanhadas
na pesquisa, 50% disseram que a bebida alcoólica tinha impacto na sua
escolha alimentar e que costumam cancelar as atividades físicas no dia
seguinte, optando por ficar em casa vendo TV e usando as mídias sociais.
Assed explica que isso acontece, pois no dia seguinte da bebedeira o
organismo ainda sofre com os efeitos do álcool. "O uso abusivo dessas
bebidas causa reflexos nos mais diferentes órgãos, causando sonolência,
letargia, tonteira, boca seca, fraqueza, indisposição e náuseas, o que
dificulta a prática de atividade física", explica.
De acordo com
o pesquisador, quem não quer sofrer com os sintomas de ter exagerado na
bebida deve se hidratar com no mínimo dois litros de líquidos
(isotônicos, água de coco, água comum sem gás, sucos mais leves como o
de limão), associados com uma alimentação com pouco carboidrato e mais
proteína e saladas.
A má notícia para quem é fã de uma
cervejinha é que, segundo Assed, não há uma quantidade de bebida
alcoólica que seja "recomendável" do ponto de vista da saúde. "Para quem
realmente não quer abrir mão, o melhor termômetro é o bom senso",
recomenda.
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