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Pesquisadores fizeram perguntas sobre a vida sexual de 114 meninos e
144 meninas com idades entre 16 a 21 anos. Através de questionários
online, avaliaram seu funcionamento sexual, por exemplo, problemas com
ereção, ejaculação ou desejo sexual. O estudo incluiu apenas meninos e
meninas que eram sexualmente ativos das 411 pessoas nessa faixa etária
que inicialmente responderam à lista de questões.
Os participantes do estudo relataram uma vasta experiência sexual e a
maioria eram heterossexuais e estavam em relacionamentos sérios. Metade
dos participantes relatou ter um problema sexual e metade dos jovens
com algum problema relatou estar significativamente angustiado com o seu
problema.
As taxas de problemas sexuais foram semelhantes entre meninos e
meninas, de acordo com o estudo publicado em 12 de janeiro na revista
“Journal of Sexual Medicine”. “Os problemas sexuais são claramente
prevalentes entre os adolescentes e angustiantes para muitos daqueles
que os experimentam”, escreveram os pesquisadores em seu artigo.
Os cientistas ainda contaram que a maioria das pesquisas sobre a
saúde sexual de adolescentes focam em temas como doenças sexualmente
transmissíveis e gravidez indesejada, contudo pouco se sabe sobre os
problemas sexuais do adolescentes. “Os adolescentes precisam receber
informações voltadas para a sua faixa etária sobre como lidar com
problemas sexuais”, recomendam.
No estudo, o número médio de parceiros com quem os participantes
relataram ter tido experiências sexuais desde os 14 anos era de cerca de
cinco. A maioria dos adolescentes começaram a ter relações sexuais aos
16 anos.
Entre os meninos, cerca de 53% relataram sintomas que sugerem um
problema sexual. Cerca de 16% tinham disfunção erétil leve ou moderada e
cerca de 24% tinham baixo desejo sexual. Cerca de 43% das meninas no
estudo tinham uma pontuação que sugeria uma disfunção sexual. Baixo
desejo sexual e dificuldade em atingir o orgasmo eram os problemas mais
comuns entre elas. Queixas sobre orgasmo foram mais comuns entre as
meninas de 16 e 17 anos de idade do que as participantes do estudo que
tinham entre 20 e 21 anos.
Os pesquisadores observaram que para muitos adultos com disfunção
sexual, os problemas começam na adolescência. No entanto, as barreiras
culturais e falta de comunicação entre pais e adolescentes provavelmente
deixam muitos deles mal informados sobre como identificar e procurar
ajuda.
Os autores ainda ponderam que não está claro por que essas altas
taxas de problemas sexuais são encontradas entre adolescentes e pessoas
com idades entre 20 e 21 anos. Curiosamente, taxas similares são
encontradas entre meninos e meninas, enquanto que em estudos com
adultos, descobriu-se que apenas as mulheres tinham altas taxas de
problemas sexuais.
É possível que a forma como homens e mulheres se socializam
desempenhe um papel. “Parece haver um duplo padrão sexual quase
universal que dá aos homens uma maior liberdade sexual e direitos de
determinação sexual, porém os homens relatam que sofrem uma pressão
considerável a partir dessas expectativas para realizar o ato sexual”,
acrescentam os pesquisadores.
Sobre tal papel de gênero, os cientistas concluem: “A socialização
pode ter um impacto maior sobre os adolescentes do que sobre os
adultos”.
Hypescience
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